Japão
A história desta nação produziu uma cultura que mescla a tradição chinesa e as formas ocidentais desde sua arquitetura à sua gastronomia. Primordialmente, o Japão sofreu influência direta da China, em um processo iniciado há cerca de 1 500 anos. No entanto, o processo de nacionalização cultural acelerou-se durante os últimos 250 anos anteriores ao que o Japão se manteve isolado, até 1868, quando se abriu para o mundo ocidental.Nos últimos séculos foi influenciada pela Europa e pelos Estados Unidos. Através dessas influências, gerou um complexo próprio de artes, técnicas artesanais (bonecas, objectos lascados, cerâmica, bonsai, origamis e outras artes com papel, o além do ikebana), espetáculos (bunraku, dança,kabuki, noh, rakugo, shibu, Yosakoi Soran) e tradições (jogos, onsen, sento, cerimónia do chá), além de uma culináriaúnica. A cultura popular japonesa tornou-se conhecida a partir dos mangás e dos animes. Os mangás surgiram com a união entre a pintura tradicional sobre madeira e a arte Ocidental. A animação e os filmes influenciados pelo mangá são chamados anime. Os consoles feitos no Japão prosperaram desde os anos 1980. Entre seus exemplos tradicionais mais conhecidos estão o sushi na culinária, os bonsais como manifestações culturais, o anime Akira nos desenhos e o videogame PlayStation, atualmente na terceira versão.
A música do Japão também é eclética, emprestando instrumentos, escalas e estilos de culturas vizinhas. Muitos instrumentos como o koto, foram introduzidos nos séculos IX e X. O acompanhamento do noh data do século XIV e a popular música com o shamisen do XVI. A música ocidental, introduzida em fins do século XIX, agora é parte da cultura. O Japão do pós-guerra foi muito influenciado pela música contemporânea dos Estados Unidos e da Europa, o que levou ao desenvolvimento do estilo chamado J-pop. O karaokê é a prática cultural mais comum.
Na dança os japoneses são mais tradicionais, inclusive com uma lenda divina que explica o surgimento da mesma. Suas danças tradicionais originaram-se na Antiguidade, como meios de manifestações, caracterizadas por movimentos leves e de formas peculiares. A primeira de que se tem relato foi a chamada kagura, referente aos deuses da cultura japonesa. Foi a partir destas manifestações religiosas que originaram-se vários outros estilos de dança nacionais. Hoje, a dança tradicional do Japão é chamada de Nihon Buyou. Assim como na música, a dança também sofreu influência estrangeira.
Os primeiros trabalhos da literatura japonesa incluem dois livros, o Kojiki e oNihonshoki e o livro de poesia do século XVIII, Man'yōshū, todos escritos com ideogramas chineses. No início do Período Heian, a escrita conhecida como kana (Hiragana e Katakana) foi criada como fonograma. Durante o Período Edo a literatura tornou-se arte não só da aristocracia, mas dos chonin, a população comum. A Era Meiji viu o declínio das formas tradicionais de literatura e a crescente adoção de influências ocidentais.Natsume Soseki e Mori Ōgai foram os primeiros romancistas modernos do Japão, seguidos por Ryunosuke Akutagawa, Junichiro Tanizaki, Yasunari Kawabata, Yukio Mishima e, mais recentemente, Haruki Murakami. O Japão tem dois ganhadores do Nobel de Literatura, Yasunari Kawabata (em 1968) e Kenzaburo Oe (em 1994).
No cinema, de desenvolvimento simultâneo ao ocidental, a nação produziu obras de reconhecimento qualitativo. Durante as primeiras décadas do século XX, os filmes representavam dois gêneros de produção, o jidai geki, chamado histórico, e o gendai-geki, conhecido como da vida real. Internacionalmente, destaca-se o cineasta Akira Kurosawa.
A culinária do Japão é tratada como arte, seja pela forma de misturar os ingredientes, seja pela apresentação dos pratos. Na base da gastronomia está o arroz, alimento consumido desde o café da manhã até o jantar. Para comerem, utilizam os chamados hashis e têm como pratos principais as sopas ou pastas de soja, hortaliças, picles, peixes e carne. Apesar do número limitado, a variedade de pratos é grande. De influência externa, entraram também o pão, o fast-food, o hambúrguer e o frango frito, populares entre os jovens. Como hábito, antes de cada refeição é costume dizer itadakimassu, que significa pedir licença para comer e um agradecimento a quem preparou.
Entre os doces destacam-se os designs, feitos também de arroz e feijão. Os doces típicos são chamados wa-gashi e os ocidentais yo-gashi. Nos wa-gashi, é muito comum ver ingredientes como farinha de arroz, feijão azuki e açúcar. A manteiga e o leite são raramente usados. Já em relação as bebidas a mais conhecida internacionalmente é o saquê, feito do arroz, que tem 17% de teor alcoólico. Em geral, os japoneses bebem chá após as refeições, bebem café preparado ao estilo norte-americano, e consomem cerveja nacional como a Suntory e a Sapporo. Recentemente surgiu o shochu , preparado de álcool e água. No verão, a bebida mais popular é a mugicha, feita de água fria e cevada. Vinhoe uísque são importados.
É o pincel o meio de expressão artística predileto dos japoneses, praticantes da pintura e da caligrafia tanto profissionalmente quanto como passatempo. O significado do objeto era tamanho, que até a modernidade lá não se usava a pluma para escrever. A escultura, considerada pelos artistas um meio ineficaz de expressão, era relacionada a religião e com a decadência do budismo tradicional, tornou-se ainda menos importante. A cerâmica, por sua vez é dita uma das mais belas do mundo e está entre os objetos mais antigos desta cultura milenar. Já sua arquitetura demonstra o apreço dos japoneses pelos materiais naturais, tanto na composição exterior, quanto na interior dos espaços. Como arte de polaridade, a japonesa valoriza-se não apenas por sua simplicidade, mas também por sua exuberância de cores, cuja influências têm atingido o ocidente desde o século XIX.
Separadas por períodos, as manifestações artísticas japonesas viveram um início com a tribo jomon, foram influenciados externamente e viveram um período voltadas para dentro, passando pelas artes Jomon e Yayoi, dos Grandes Túmulos, Asuka e Naka entre outras, até chegarem a Edo, e posteriormente ás grandes influências ocidentais externas.
A arte do Japão atravessou inúmeras fases desde os imemoriais tempos desta civilização, alcançando magníficas realizações expressivas como as dos gravuristas do período Eddo e outras. De modo geral, uma característica recorrente nas diversas manifestações da arte japonesa ao longo de sua história é a utilização de cores fortes, mas também ocorrem outras características nos diversos gêneros artísticos e nos vários períodos na história de cada gênero. A arte gravurista, por exemplo, conheceu características como o refinamento e o intimismo, e a magnífica junção de delicadeza e intensidade. Um exemplo de arte do Japão, no âmbito das artes cênicas, é o kabuki. Outro exemplo é oshie, a arte de fazer quadros de gueixas usando retalhos de fazenda coloridas.
Hanami (花見? lit. "contemplar as flores") é costume tradicional japonês de contemplar a beleza das flores, sendo que "flor" neste caso quase sempre significa sakura ou umê. Do fim de março ao começo de maio, o sakura floresce por todo o Japão, e por volta de primeiro de fevereiro na ilha deOkinawa. A previsão de florescimento (桜前線 sakurazensen?, lit. frente de florescimento do sakura) é anunciada todo ano pela Agência Meteorológica do Japão e é observada cuidadosamente por aqueles que planejam fazer ohanami, visto que ela floresce por apenas uma ou duas semanas. No Japão moderno, o hanami consiste basicamente de realizar festas ao ar livre embaixo do sakura durante o dia ou a noite. O hanami à noite é chamado de (夜桜yozakura?, lit. sakura noturno). Em muitos lugares, como o Parque Ueno,lanternas de papel temporárias são presas para realizar o yozakura. Na ilha de Okinawa, lanternas elétricas decorativas são presas nas árvores para o divertimento noturno, tias como nas árvores do Monte Yae, perto da cidade de Motobu, ou no Castelo Nakajin.
Uma forma mais antiga do hanami também existe no Japão, que é a contemplação do florescimento da ameixeira (梅ume). Este tipo de hanami é popular entre as pessoas mais velhas, pois elas são mais calmas do que as festas do sakura, que normalmente envolvem pessoas mais jovens e podem às vezes ser lotadas e barulhentas.
"Nesses dias da primavera,
quando a luz tranquila envolve
as quatro direções,
por que as flores se espalham
com esses corações inquietos?
quando a luz tranquila envolve
as quatro direções,
por que as flores se espalham
com esses corações inquietos?
Ki no Tomonori (cap. 850 – cap. 904)
A prática do hanami é feita há muitos séculos. Dizem que o costumo começou durante o período Nara (710 - 794) quando era o florescimento do ume que as pessoas admiravam no começo. Mas no período Heian (794 - 1185), a sakura começou a atrair mais atenção e o hanami virou sinônimo de sakura. A partir de então, no waka e nohaikai, "flores" significam "sakura".
Hanami foi usado pela primeira vez como um termo análogo à contemplação do florescer da cerejeira no romance Genji Monogatari. Embora uma festa de contemplação de wisteria tenha sido também descrita, deste ponto em diante os termos "hanami" e "festa da flor" foram usados apenas para descrever a contemplação do florescer da cerejeira.
O sakura era originalmente usado para comemorar a colheita e para anunciar a estação de plantação de arroz. As pessoas acreditavam no kami no interior das árvores e faziam oferendas. Depois, eles passaram a oferecer saquê.
O Imperador Saga do período Heian adotou esta prática e organizou festas de contemplação de flores com sakê e banquetes de baixo das flores das árvores de sakura na Corte Imperial de Kyoto. Poemas seriam escritos louvando as delicadas flores, que eram vistas como uma metáfora da própria vida, brilhantes e bonitas mas efêmeras e transitórias. Fala-se que esta é a origem do hanami no Japão.
O costumo foi originalmente limitado à elite da Corte Imperial, mas logo se espalhou pela sociedade samurai e, noperíodo Edo, para o povo em geral. Tokugawa Yoshimune plantou grandes áreas com árvores de cerejeira para encorajar isto. Sob as árvores de sakura, as pessoas comiam e bebiam sake em alegres banquetes.
Hoje, o povo japonês continua a tradição do hanami, reunindo-se um grande número aonde quer que as árvores florescendo estejam. Milhares de pessoas enchem os parques para organizar banquetes sob as árvores florescendo, e às vezes essas festas continuam até tarde da noite. Em mais da metade do Japão, o período de florescimento da cerejeira coincide com o começo do ano letivo e do ano fiscal, e portanto festas de boas-vindas muitas vezes ocorrem com o hanami. O povo japonês continua a tradição do hanami ao tomar parte nos passeios processionais no parque. Esta é uma forma refúgio para contemplar e renovar seus espíritos.
O provérbio bolinhos ao invés de flores (花より団子 hana yori dango?)aponta as prioridades reais da maioria dos observadores do hanami, significando que as pessoas estão mais interessadas na comida e bebidas que acompanham a festa do hanami do que observando de verdade as próprias flores.
Os corpos mortos são queimados sob as árvores de cerejeira! é um ditado popular sobre o hanami, após a sentença de abertura da pequena história de 1925, "Sob as Árvores de Cerejeira", de Motojirō Kajii.
Se não houvesse cerejeiras florescendo neste mundo
Quão mais tranquilos seriam nossos corações na primavera.
Quão mais tranquilos seriam nossos corações na primavera.
Ariwara no Narihira (825 - 880)
O Imperador Saga (嵯峨天皇 Saga-tennō) (786-842) do período Heian adotou este costume, e celebrou festava para observar as flores com sake e banquetes sob as árvores de sakura florescendo na Corte Imperial de Kyoto. Dizem que esta é a origem do hanami no Japão. Poemas foram escritos louvando as delicadas flores, que eram vistas como uma metáfora da própria vida: bonitas, mas que duram por pouco tempo. Essa visão "temporária" da vida é muito popular na cultura japonesa e é normalmente considerada como uma admirável forma de existência. Por exemplo, no princípio samurai do fim da vida, quando ainda é bonita e forte, ao invés de lentamente se tornando velha e fraca. Os poetas da era Heian costumavam escrever poemas sobre como as coisas seriam mais fáceis se não houvesse o florescimento do sakura na primavera, pois sua existência nos lembra que a vida é muito curta.
O hanami foi usado como um termo que significava "contemplação do florescimento da cerejeira" pela primeira vez no romance da era Heian Genji Monogatari (capítulo 8, 花宴 Hana no En, "Sob as cerejeiras florescendo"). No começo, o costume foi seguido apenas pela Corte Imperial, mas a nobreza samurai também começou a celebrá-lo durante oPeríodo Azuchi-Momoyama (1568-1600). Nesses anos, Toyotomi Hideyoshiorganizou grandes festas de hanami em Yoshino e Daigo-ji, e a festividade tornou-se muito popular por toda a sociedade japonesa. Pouco após, osfazendeiros começaram seu próprio costume de subir montanhas na época da primavera e ter refeições sob as árvores de cerejeira florescendo. Esta prática, chamada de "viagem para a montanha na primavera", combinou-se com o costumo dos nobres para formar a cultura urbana do hanami. Noperíodo Edo (1600-1867), todas as pessoas comuns tomaram parte nas celebrações, em parte porque Tokugawa Yoshimune plantou grandes áreas de árvores de cerejeira para encorajar esta prática. Sob as árvores de sakura, as pessoas tinham refeições e bebiam sake em alegres banquetes.
O Monte Fuji (em japonês 富士山 Fuji-san) é a mais alta montanha dailha de Honshu e de todo o Japão. É um vulcão ativo, porém de baixo risco de erupção.
O monte Fuji localiza-se a oeste de Tóquio (de onde pode ser vistonum dia limpo) próximo da costa do Pacífico da ilha de Honshu, na fronteira entre as províncias de Shizuoka e de Yamanashi. Existem três pequenas cidades que envolvem o Monte Fuji, Gotemba a leste, Fuji-Yoshida a norte e Fujinomiya a sudoeste.
O monte Fuji é um dos símbolos mais conhecidos do Japão, sendo frequentemente retratado em obras de arte e fotografias e recebendo muitas visitas de alpinistas e turistas.
O Fuji-san é por vezes referido erradamente como Fuji Yama em algunstextos ocidentais, isto porque o terceiro kanji, que significa montanha, também pode ser pronunciado yama.
Em japonês, a única forma correta de fazer referência ao monte Fuji é Fuji-san. A frase japonesa "Fujiyama, geisha" é uma frase idiomática que exprime a incompreensão dos ocidentais do Japão. Note-se que o sufixo -san, que significa montanha, não tem qualquer relação com o título -san que se emprega quando se fala com uma pessoa.
Adicionalmente, Fuji pode ser pronunciado Huzi, se se utilizar aromanização Nihon-shiki, contudo a pronúncia usual é geralmente considerada mais próxima da japonesa.
Outros nomes japoneses utilizados para fazer referência ao Fuji-san, de origem poética ou caídos em desuso, incluem Fuji-no-Yama (a montanha de Fuji), Fuji-no-Takane (o alto pico de Fuji), Fuyō-hō (o Pico de lótus'), e Fu-gaku (ou, o primeiro kanji de, Fuji, e , montanha).
Sendo parte integrante do Parque nacional Fuji-Hakone-Izu, existem cincolagos que rodeiam o Monte Fuji, o Lago Kawaguchi que é o de mais fácil acesso, o Lago Yamanaka procurado para a prática de ski aquático e natação, o Lago Sai de onde se tem uma bela vista do Fuji-san, o Lago Motosu que está retratado nas notas de cinco mil ienes e o Lago Shoji que é bastante procurado para a pesca. De todos estes locais se tem boa visibilidade para o Fuji-san, bem como do Lago Ashi, que, não fazendo parte do parque, fica nas proximidades.
Para além dos lagos, existem bastantes locais bonitos nesta zona, ascavernas, a floresta Aokigahara e os santuários tradicionais.
O Fuji-san visto dos cinco lagos.
Repúblicas
Eslováquia
A Eslováquia (em eslovaco Slovensko), cujo nome oficial é República Eslovaca (em eslovaco Slovenská republika), é um país sem litoral localizado na Europa Central. Com uma população de mais de cinco milhões de habitantes e uma área de cerca de 49 mil km², o país limita com a República Checa e a Áustria a oeste, a Polónia ao norte, a Ucrânia ao leste e a Hungria ao sul. Sua capital e maior cidade é Bratislava. A Eslováquia é um Estado-membro da União Europeia, da OTAN, da OCDE, da OMC e de outras organizações internacionais.
Os povos eslavos chegaram ao território da atual Eslováquia entre os séculos V e VI, durante o período das grandes migrações. Ao longo da história, partes do território atualmente ocupado pela Eslováquia pertenceram ao Império de Samo (primeira entidade política dos eslavos), Grande Morávia, Reino da Hungria, Império Habsburgo, Monarquia Austro-Húngara e Checoslováquia. A Eslováquia tornou-se independente em 1 de janeiro de 1993, com a divisão pacífica da Checoslováquia: o chamado Divórcio de Veludo.
O território correspondente à atual Eslováquia começou a ser colonizado pelos celtas por volta de 450 a.C. Estes construíram oppida nos sítios onde hoje se encontram Bratislava e Havránok. O primeiro uso da escrita na Eslováquia está registrado em moedas de prata com o nome de reis celtas. A partir de 2 d.C., o Império Romano, em expansão, ergueu e manteve uma série de postos militares próximo a e imediatamente ao norte do Danúbio, dos quais se destacam os maiores, como Vindobona, Carnuntum e Brigetio. No acampamento de inverno de Laugarício (atual Trenčín), perto do Limes romanus, os auxiliares da II legião romana venceram uma batalha decisiva contra osquados germânicos em 179d.C. , durante as guerras marcomanas. Alguns reinos e tribos germanos e celtas estabeleceram-se no oeste e no centro do que é hoje a Eslováquia entre 8 a.C. e 179 d.C., principalmente suevos, osi e cotini.
Os eslavos ocuparam o território no século V. No século VII, o oeste da atual Eslováquia passou a ser o centro do Império de Samo. Um Estado eslavo, conhecido como Principado de Nitra, surgiu no século VIII e seu governante, Pribina, consagrou a primeira igreja cipado formou o cerne do Grande Império Morávio. O zênite do império eslavóico foi atingido com a chegada de São Cirilo e São Metódio em 863, durante o reinado do príncipe Rastislav, e com a expansão territorial empreendida pelo rei Svatopluk I.
Após a desintegração do Grande Império Morávio no início do século X, os magiares anexaram gradualmente o território da atual Eslováquia. No final daquele século, o sudoeste da região foi integrado a um cada vez mais forte Principado da Hungria, que se tornou o Reino da Hungria após 1000. A maior parte da Eslováquia estava incorporada ao Reino da Hungria por volta de 1100 e sua região nordeste, por volta de 1300. Ao longo de quase dois séculos, o território foi governado de modo autónomo, com o nome Principado de Nitra, dentro do Reino da Hungria. Surgiram assentamentos eslovacos no norte e no sudeste da atual Hungria. A composição étnica diversificou-se com a chegada dos alemães dos Cárpatos, no século XIII, e dos valáquios, no século XIV, ademais dos judeus.
A invasão mongol de 1241 resultou numa enorme perda populacional e fome. Não obstante, durante a Idade Média a região caracterizava-se por cidades florescentes, pela construção de diversos castelos de pedra e pelo desenvolvimento artístico. Em 1465, o rei Matias Corvinofundou a primeira universidade do que é hoje a cidade de Bratislava; a universidade foi fechada em 1490, após a morte do monarca.
Com a expansão do Império Otomano em território húngaro e a ocupação de Buda no início do século XVI, a capital do Reino da Hungria (com o nome de Hungria Real) transferiu-se para Pressburg (a atual Bratislava) em 1536. Mas as guerras com os otomanos e as freqüentes revoltas contra a Monarquia dos Habsburgostambém causaram destruição, em especial nas áreas rurais. A importância da região diminuiu quando os turcos saíram da Hungria no século XVIII, embora Pressburg mantivesse sua posição como capital do reino até 1848, quando o governo foi transferido para Budapeste.
Durante a revolução de 1848-9, os eslovacos apoiaram o imperador austríaco, com a intenção de desligar-se da Hungria (então parte do Império Austríaco), no que não lograram sucesso. Durante a Monarquia Austro-Húngara (1867-1918), o governo húngaro impôs um processo de "magiarização" à população eslovaca.
Em 1918, a Eslováquia, juntamente com a Boémia e a Morávia, formaram um Estado único, aChecoslováquia, cujas fronteiras foram confirmadas pelos tratados de Saint Germain e de Trianon. Em 1919, durante o caos resultante da fragmentação da Áustria-Hungria, a Eslováquia foi atacada pela República Soviética da Hungria e um terço do território eslovaco tornou-se temporariamente a República Soviética da Eslováquia.
Durante o período entre-guerras, a democrática e próspera Checoslováquia esteve sob contínua pressão dos governos revisionistas da Alemanha e da Hungria, até ser desmembrada em 1939, como resultado doAcordo de Munique celebrado no ano anterior. O sul da Eslováquia foi entregue à Hungria nos termos do Primeiro Laudo Arbitral de Viena.
Sob pressão da Alemanha Nazi, a Primeira República Eslovaca, chefiada pelo fascista Jozef Tiso, declarou-se independente da Checoslováquia em 1939. Aos poucos, o governo tornou-se um regime fantoche da Alemanha. Um movimento de resistência aos nazis lançou-se numa feroz revolta armada em 1944. Seguiu-se uma sangrenta ocupação alemã e uma guerra de guerrilha. A maioria dos judeus foi deportada e desapareceu nos campos de concentração alemães durante o Holocausto.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Checoslováquia foi restabelecida e Jozef Tiso, enforcado em 1947, por colaborar com o nazismo. Mais de 76 000 húngaros e 32 mil alemães foram obrigados a abandonar a Eslováquia, numa série de transferências de populações definida pelos Aliados na Conferência de Potsdam. Esta expulsão ainda é fonte de tensão entre a Eslováquia e a Hungria.
A Checoslováquia passou à órbita de influência da União Soviética após um golpe em 1948. O país foi ocupado pelas forças do Pacto de Varsóvia em 1968, pondo fim a um período de liberalização (a Primavera de Praga) sob a chefia de Alexander Dubček. Em 1969, a Checoslováquia tornou-se uma federação da República Socialista Checa e da República Socialista Eslovaca.
Ao fim do regime comunista na Checoslováquia em 1989, durante a pacífica Revolução de Veludo, seguiu-se novamente a dissolução do país, desta vez em dois Estados sucessores. Em julho de 1992, a Eslováquia, chefiada pelo primeiro-ministro Vladimír Mečiar, declarou-se um Estado soberano, fazendo com que suas leis passassem a ter precedência sobre as do governo federal. Ao longo do outono de 1992, Mečiar e o primeiro-ministro checo Václav Klaus negociaram os detalhes da dissociação da Checoslováquia. Em novembro, o parlamento federal aprovou oficialmente a dissolução do país a partir de 31 de dezembro de 1992. A Eslováquia e a República Checa tornaram-se assim independentes em 1 de janeiro de 1993, um evento por vezes chamado de Divórcio de Veludo. A Eslováquia continuou a ser uma parceira próxima da República Checa e outros países do Grupo de Visegrád e foi admitida na União Europeia em maio de 2004.
A Eslováquia é uma república e uma democracia parlamentarista com um sistema multipartidário. As últimas eleições legislativas ocorreram em 17 de junho de 2006 e as eleições presidenciais, em 3 de abril e 17 de abril de 2004, em dois turnos.
O chefe de Estado é o presidente (atualmente Ivan Gašparovič, 2004 - 2009), eleito pelo voto popular direto para ummandato de cinco anos. O poder Executivo compete quase por completo ao chefe de Governo, na pessoa do primeiro-ministro (Iveta Radičová, 2010 ), que costuma ser o chefe do partido majoritário no parlamento, embora por vezes seja necessário formar uma coalizão majoritária. O primeiro-ministro é nomeado pelo presidente e os demais membros dogabinete, pelo presidente por recomendação do primeiro-ministro.
O poder Legislativo eslovaco incumbe ao Conselho Nacional da República Eslovaca (Národná rada Slovenskej republiky), cujos integrantes são eleitos para mandatos de quatro anos pelo sistema da representação proporcional. A mais alta corte do poder Judiciário eslovaco é a Corte Constitucional (Ústavný súd), que julga questões de matéria constitucional e é formada por 13 juízes, nomeados pelo presidente a partir de uma lista de candidatos apresentada pelo parlamento.
A Eslováquia integra a União Europeia desde 1 de maio de 2004 e a OTAN, desde 29 de março de 2004. O país também é membro da ONU, OMC, OCDE, OSCE e outras organizações internacionais.
Croácia
A Croácia, oficialmente República da Croácia (em croata: Hrvatska) é um país europeu que limita ao norte com a Eslovénia e Hungria, a nordeste com a Sérvia, a leste com a Bósnia e Herzegovina e ao sul com Montenegro. É banhado a oeste pelo Mar Adriático e possui uma fronteira marítima com a Itália, no golfo de Trieste.
O país é membro das Nações Unidas, da OTAN, da Organização para Segurança e Cooperação na Europa e do Conselho da Europa. A adesão da Croácia à União Europeia deverá acontecer em 01 de Julho de 2013, segundo parecer da Comissão Europeia. Confirmada a adesão, a Croácia será o segundo país formado a partir do território da ex-Jugoslávia a pertencer à UE, depois da Eslovénia em 2004.
A Croácia é um país europeu cujo território apresenta uma forma peculiar, parecida com uma ferradura, e faz fronteira com um número considerável de países vizinhos: Eslovênia, Hungria,Sérvia, Montenegro e Bósnia e Herzegovina, além de uma fronteira marítima com a Itália no Adriático. O seu território continental é dividido em duas partes pelo Porto de Neum, na Bósnia e Herzegovina.
Banhado pelo Mar Adriático, o litoral croata é bastante recortado, com penínsulas, baías e mais de 1 000 ilhas que formam uma paisagem semelhante à da costa grega.
Uma destas ilhas, Palagruža, está mais próxima de Itália (aliás em algumas ocasiões podem-se ver as luzes da costa italiana), que da costa croata.
Principais rios: rio Mura, rio Drava, rio Sava, rio Kupa, rio Korana, rio Cetina e rio Zrmanja.
- Lagos: Omladinsko jezero, Lagos de Plitvice.
- Montes: Monte Učka, Velebit, Viševica.
- Ilhas: Arquipélago das Kornati, Arquipélago de Brijuni.
A Croácia subdivide-se em 20 condados (županija, em croata) mais o distrito municipal da capital, Zagreb.
- Condado de Zagreb (Zagrebačka županija)
- Condado de Krapina-Zagorje (Krapinsko-zagorska županija)
- Condado de Sisak-Moslavina (Sisačko-moslavačka županija)
- Condado de Karlovac (Karlovačka županija)
- Condado de Varaždin (Varaždinska županija)
- Condado de Koprivnica-Križevci (Koprivničko-križevačka županija)
- Condado de Bjelovar-Bilogora (Bjelovarsko-bilogorska županija)
- Condado de Litoral-Serrano (Primorsko-goranska županija)
- Condado de Lika-Senj (Ličko-senjska županija)
- Condado de Virovitica-Podravina (Virovitičko-podravska županija)
- Condado de Požega-Eslavônia (Požeško-slavonska županija)
- Condado de Brod-Posavina (Brodsko-posavska županija)
- Condado de Zadar (Zadarska županija)
- Condado de Osijek-Barânia (Osječko-baranjska županija)
- Condado de Šibenik-Knin (Šibensko-kninska županija)
- Condado de Vukovar-Sírmia (Vukovarsko-srijemska županija)
- Condado de Split-Dalmácia (Splitsko-dalmatinska županija)
- Condado de Ístria (Istarska županija)
- Condado de Dubrovnik-Neretva (Dubrovačko-neretvanska županija)
- Condado de Međimurje (Međimurska županija)
- Cidade de Zagreb (Grad Zagreb)
A cultura da Croácia tem raízes bem antigas: os croatas vêm habitando a região há treze séculos, mas há reminiscências de períodos ainda mais antigos bem preservadas no país.
Algumas destas reminiscências antigas são:
- Ossos de 100 mil anos de idade de um homem de Neandertal achados próximos a Krapina (localidade de Krapina-Zagorje)
- Escavações do Neolítico na localidade de Ščitarjevo, próxima à capital do país, Zagreb, e também em Sopot (próximo a Vinkovci), Vučedol (próxima a Vukovar), em Nakovanj (situada na península Pelješac) e outros lugares
- marcas de habitação na ilha de Vis deixadas pelos gregos antigos (a rainha Teuta de Issa)
- várias construções e ruínas do Império Romano, incluindo muitas cidades romanas na costa da Dalmácia, destacando-se o aqueduto de Salona, o palácio do imperador Diocleciano em Split, ou a Basílica de Eufrásio, em Poreč
O início da Idade Média trouxe uma grande migração de eslavos, e este período provavelmente foi uma idade das trevas do ponto de vista cultural, até a formação dos estados eslavos que coexistiram com as cidades italianas que dominavam a costa, todas seguiam o modelo de Veneza.
República Tcheca
A República Checa ou República Tcheca (em checo Česká republika) ou, ainda, Chéquia ou Tchéquia (em checo, Česko) é um país da Europa Central, limitado a norte pela Polónia, a leste pela Eslováquia, a sul pela Áustria e a oeste e norte pela Alemanha. A capital do país é Praga. É membro da União Europeia desde maio de 2004.
Boémia, na parte ocidental do país, é cercada por morros baixos e forma uma bacia drenada pelo Labe (Elba) e Moldava (Vltava). Morávia, a parte oriental também é montanhosa e é banhada pelo rio Morava. Silésia, a parte do norte da Morávia, entre a Morávia e a Polônia.
Em 1º de janeiro de 1993, a Checoslováquia foi dividida em duas por decisão parlamentar. Desde então, a República Checa e a República Eslovaca (Eslováquia) são dois países independentes.
As terras checas emergiram nos fins do século IX quando foram unificadas pelos Premyslidas(Přemyslovci). O reino da Boémia foi uma potência regional com significado, mas conflitos religiosos como as Guerras Hussitas do século XV e a Guerra dos Trinta Anos do século XVIIforam devastadoras. Mais tarde, a Boémia caiu sob influência dos Habsburgos e passou a fazer parte da Áustria-Hungria.
Depois do colapso deste estado, que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, os checos e os seus vizinhos eslovacos juntaram-se e formaram a república independente da Checoslováquiaem 1918. O primeiro presidente da Checoslováquia foi Tomás Masaryk. Este jovem país continha uma minoria alemã de grandes dimensões, na região dos Sudetas, o que iria levar à dissolução da Checoslováquia quando a Alemanha anexou a minoria por via do Acordo de Munique em 1938, e a Eslováquia também se separou. O estado checo remanescente foi ocupado pelos alemães em 1939. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Checoslováquia caiu na esfera de influência soviética. Em 1968, uma invasão de tropas do Pacto de Varsóvia pôs fim aos esforços dos líderes do país para liberalizar o regime e criar um "socialismo de rosto humano", durante a Primavera de Praga.
Em 1989, a Checoslováquia recuperou a liberdade por via de uma "Revolução de Veludo" pacífica. A 1 de Janeiro de 1993, o país separou-se em dois pacificamente, resultando em países independentes: República Checa e Eslováquia.
Espanha
Situada na Europa Ocidental, a Espanha ocupa a maior parte da Península Ibérica e, fora dela, doisarquipélagos principais (Ilhas Canárias no Oceano Atlântico e as Ilhas Baleares no Mar Mediterrâneo), duas cidades (Ceuta e Melilla, no Norte da África), aIlha de Alborão e uma série de ilha e ilhotas que se encontram frente às costas peninsulares, como asIlhas Columbretes. Ademais, consta de possessões menores continentais, como as Ilhas Chafarinas, oIlhote de Vélez de la Gomera e o Ilhote de Alhucemas, todas elas frente à costa africana.
Em extensão territorial, é o quarto maior país daEuropa, atrás apenas da Rússia (que é o maior país do mundo, tendo em conta apenas a parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior daUnião Europeia, atrás apenas da França.
Os limites físicos da Espanha são os seguintes:Portugal e Oceano Atlântico a oeste; o Mar Mediterrâneo a leste, o Estreito de Gibraltar, Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico a sul; e os Pireneus, junto com o Golfo da Biscaia e o Mar Cantábrico a norte.
A Espanha é conhecida pelo seu patrimônio cultural diversificado, tendo sido influenciado por muitas nações e povos ao longo de sua história. A cultura espanhola tem suas origens nas culturas ibérica, celta, celtibera,latina, visigótica, católica romana, e islâmica.
A definição de uma cultura nacional espanhola tem sido caracterizada pela tensão entre o estado centralizado, dominado nos últimos séculos porCastela, e muitas regiões e povos minoritários. Além disso, a história da nação e de seu ambiente mediterrânico e atlântico desempenharam papéis importantes na formação de sua cultura. Depois da Itália, a Espanha é o país com o maior número de Patrimônios da Humanidade da UNESCO no mundo, com um total de 40.
Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações, a literatura espanhola tem passado por um grande número de influências e é muito diversificada. Alguns grandes movimentos literários podem ser identificados dentro dela.
Miguel de Cervantes é provavelmente o autor mais famoso da Espanha, e sua obraDom Quixote é considerado a obra mais emblemática no cânone da literatura espanhola e um clássico fundador da literatura ocidental.
A música espanhola é muitas vezes considerada exterior como sinônimo deflamenco, um gênero musical do oeste da Andaluzia que, ao contrário da crença popular, não é muito comum fora dessa região. Vários estilos regionais de música folclórica abundam emAragão, Catalunha, Valência, Castela, País Basco, Galiza e Astúrias. Pop, rock, hip hop e heavy metal também são populares.
No campo da música clássica, a Espanha produziu uma série de compositores notáveis como Isaac Albéniz, Manuel de Falla e Enrique Granados e cantores e artistas como Plácido Domingo, José Carreras,Montserrat Caballé, Alicia de Larrocha, Alfredo Kraus, Pablo Casals, Ricardo Viñes, José Iturbi, Pablo de Sarasate, Jordi Savall e Teresa Berganza. Na Espanha, existem mais de 40 orquestras profissionais, incluindo o Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha, Orquestra Nacional de Espanha e a Orquestra Sinfônica de Madrid. As casas de ópera mais importantes incluem o Teatro Real, o Gran Teatre del Liceu, o Teatro Arriaga, o Palácio Euskalduna e oPalácio das Artes Rainha Sofia.
Milhares de fãs de música também viajam para a Espanha a cada ano para o festival de música reconhecido internacionalmente Sónar que muitas vezes apresenta os próximos artistas pop e techno, e Benicàssim, que tende a característica de rock alternativo e atos de dança. Ambos os festivais marcam uma presença internacional de música e refletir o gosto dos jovens no país.
O mais popular instrumento musical tradicional, a guitarra, tem origem na Espanha. Típicos do norte são osgaiteros principalmente nas Astúrias e Galiza.
Rússia (em russo Россия, transl. Rossíya), oficialmente Federação Russa] (em russo: ; pron. rɐˈsʲijskəjə fʲɪdʲɪˈraʦəjə) ou Federação da Rússia, é um país localizado no norte da Eurásia (Europa e Ásia em conjunto). Faz fronteira com os seguintes países (de noroeste para sudeste): Noruega, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia (ambas através de Kaliningrado), Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Mongólia e Coreia do Norte. Faz também fronteiras marítimas com o Japão (pelo Mar de Okhotsk) e com os Estados Unidos (pelo Estreito de Bering). Com 17.075.400 quilômetros quadrados, a Rússia é o país com maior área do planeta, cobrindo mais de um nono da área terrestre. A Rússia também é o nono país mais populoso, com 142 milhões de habitantes.
A história do país começou com os eslavos do leste, que surgiram como um grupo reconhecido na Europa entre o séculos III e VIII.Fundada e dirigida por uma classe nobre de guerreiros vikings e pelos seus descendentes, o primeiro Estado Eslavo do Leste, oPrincipado de Kiev, surgiu no século IX e adotou o cristianismo ortodoxo do Império Bizantino em 988, dando início à síntese das culturas bizantina e eslava que definiram a cultura russa. O Principado de Kiev finalmente se desintegrou e suas terras foram divididas em muitos pequenos Estados feudais. O estado sucessor do Principado de Kiev foi Moscóvia, que serviu como a principal força no processo de reunificação da Rússia e na luta de independência contra a Horda de Ouro. Moscóvia gradualmente reunificou os principados russos e passou a dominar o legado cultural e político do Principado de Kiev. Por volta do século XVIII, o país teve grande expansão através da conquista, anexação e exploração de territórios, tornando-se o Império Russo, que foi o terceiro maior império da história e se estendia da Polônia, na Europa, até o Alasca, na América do Norte.
Estabeleceu poder e influência em todo o mundo desde os tempos do Império Russo (1721-1917) até ser o maior e principal estado constituinte da União Soviética (1922-1991), o primeiro e maior Estado socialista constitucional e reconhecido como umasuperpotência, que desempenhou um papel decisivo na vitória aliada na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Federação Russa foi criada na sequência da dissolução da União Soviética em 1991, mas é reconhecida como um Estado sucessor da URSS.
A Rússia é a oitava ou nona maior economia do mundo por PIB nominal e a sexta maior economia do mundo em paridade do poder de compra, com o quinto maior orçamento militar nominal e o terceiro maior em PPC. É um dos cinco Estados reconhecidos com armas nucleares do mundo, além de possuir o maior arsenal de armas de destruição em massa do planeta. A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, membro do G8, G20, APEC, OCX, EurAsEC, além de ser um destacado membro da Comunidade dos Estados Independentes. O povo russo pode se orgulhar de uma longa tradição de excelência em todos os aspectos das artes e das ciências, bem como uma forte tradição em tecnologia, incluindo importantes realizações como o primeiro voo espacial humano.
Em 1917, na sequência da Revolução Russa, é introduzido pela primeira vez em todo o mundo um regime de aspecto marxista (socialista revolucionário), tendente ao estabelecimento de um dito Estado socialista. Durante mais de 80 anos, a Rússia esteve submetida a esse regime, que erradicou o capitalismo e repartiu o antigo Império Russo em Repúblicas Socialistas Soviéticas, as quais formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a partir de 1922. A Rússia tornou-se então numa destas repúblicas (como República Socialista Federada Soviética da Rússia, ou RSFSR), detendo uma posição hegemônica em função da sua história, língua (oficial em toda a União Soviética, a par das línguas regionais) e capital (a capital da Rússia era também a da União Soviética).
Vladimir Ilitch Lenin torna-se o primeiro líder comunista da URSS. Introduziu regras que eram contraditórias à sua filosofia. Enquanto que apoiava o "Tudo pertence ao Estado", criou políticas que apoiavam a iniciativa privada de modo a reconstruir o país que fora devastado pelas sucessivas revoluções.
Após a morte de Lenin, em 1924, surge um georgiano chamado Josef Stalin, que passa do comunismo livre ao comunismo autoritário criando um poder ditatorial. Aliás, todos aqueles que apoiavam Lenin como, por exemplo, Leon Trótski e todos os outros bolcheviques que viviam antes da Revolução de1917 foram mortos. No fim dos anos 1930, Stalin lança o Grande Expurgo liquidando grande parte dos membros do Partido Comunista sem qualquer explicação. Todos aqueles que eram considerados ameaças eram mortos ou enviados para campos de concentração chamados gulag na Sibéria.
Dois anos mais tarde, Stalin obriga o país a passar por uma industrialização rápida. Em 1928, põe em marcha o seu plano dos cinco anos que consistia na modernização da economia soviética através, sobretudo, da introdução da indústria pesada. Rapidamente, a indústria soviética atinge grandes proporções de riqueza em pouco tempo, tornando-se uma grande potência mundial. Paradoxalmente e com a lei das colectivizações em marcha, o povo vivia na pobreza extrema.
Além do mais, as consequências políticas de Stalin provocaram grandes ondas de fome que assolaram as repúblicas, principalmente na Ucrânia onde esta foi designada como o Holodomor.
Na Segunda Guerra Mundial, Stalin vence as tropas alemãs com terríveis baixas: pelo menos nove milhões de soldados perderam a vida. Daí aSegunda Guerra Mundial ser conhecida em russo também como A Grande Guerra Patriótica. No total, a URSS perdeu cerca entre 25 e 27 milhões de pessoas, sendo aproximadamente 10 milhões de soldados e o restante civis, a maior parte mortos durante a invasão e ocupação alemã. Algumas das maiores batalhas terrestres da II Guerra Mundial foram travadas dentro do território soviético, contra os exércitos nazistas, destacando-se o simbolismo adquirido pela cidade de Estalingrado reconhecida pelo heroísmo da luta contra as tropas invasoras, no que ficou conhecido como a grande "Batalha de Stalingrado". Grande parte do prestígio adquirido por Stálin (enquanto ainda vivo) deveu-se à guerra contra a Alemanha nazista na II Guerra Mundial.
A partir de 1945, a URSS mantém tropas ocupando a Polónia (massacrada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial) e a parte oriental da Alemanha, criando a República Democrática da Alemanha (RDA).
A URSS passa a ter supremacia em quase toda a Europa de Leste. Nestes países, foram mantidos governos pró-URSS durante toda a Guerra Fria, quando são criadas várias barreiras entre os países pró-URSS e pró-EUA, algumas ideológicas como a Cortina de Ferro e outras físicas, como o Muro de Berlim em torno de Berlim Ocidental, na RDA.
Stalin morre em 1953 e pensa-se que não deixou nenhum nome para lhe suceder no poder. A sua sucessão fora controversa. Os políticos mais próximos decidiram governar juntos a URSS, mas o chefe da polícia secreta (NKVD) Lavrenty Beria decidiu tomar o poder sem consentimento dos outros políticos. O general Nikita Khrushchev juntamente com alguns políticos juntaram-se e detiveram Beria. Este viria a ser executado no mesmo ano. Khrushchev é então considerado o sucessor oficial de Stalin.
Nikita Sergueivich Khrushchev lança a URSS na aventura espacial. Iuri Gagárin foi a personagem principal do programa espacial soviético criado por Khrushchev ao ser o primeiro ser humano lançado para o espaço e por realizar uma órbita completa à volta da Terra em 1961.
É também criada a KGB, a polícia secreta que vigiava a população em todo o domínio da URSS bem como fora dela. Khrushchev vai a ser a primeira pessoa a tentar um relacionamento com os EUA e com a China. Mas em vez de um diálogo entre as duas super-potências, uma guerra psicológica começara: a Guerra Fria. A nível interno, Khrushchev começa a efectuar reformas para as agriculturas mas muito delas nem sequer eram executadas. Foi demitido em 1964 por tentar um relacionamento com os EUA e ser considerado perigoso para a URSS.
Sucede-lhe, após um governo conturbado do ponto de vista comunista, Leonid Brejnev (1906-1982, em russo Леонид Ильич Брежнев), cujo governo foi muito controverso. Alguns historiadores pensam que ele foi responsável por uma estagnação da economia; outros pensam que Brejnev, embora tivesse carácter ditactorial, fora uma lufada de ar fresco para as populações que viviam na miséria.
Em seu governo, aproveitou-se das grandes reservas de petróleo e da crise que atingiu o setor, criou um conforto material para todo o povo soviético, ao mesmo tempo modelando a Rússia em uma potência militar, econômica e esportiva, atingindo o ápice socialista durante a Guerra Fria, enquanto criara uma distensão jamais vista, o que durante a Guerra Fria era um sinal da paz mundial. Exemplos dessa política foram as alianças com a Alemanha Oriental, Iugoslávia e ao mesmo tempo com a China, e distensões com países capitalistas, como a França, Japão e os Estados Unidos, além da criação da estação espacial Mir, o que levou ao acoplamento e união científica das naves Apollo e Soyuz, que até hoje fazem missões unidas. Por outro lado, forçava os países comunistas do leste a se subordinarem a Moscou, pois caso se separassem, o comunismo nunca seria alcançado. Anos depois, Gorbachov iria permitir que cada país seguisse seu caminho, e tal atitude se resumiria ao fim do estado socialista em toda a Europa. Brejnev também expulsou dissidentes, entre elesAlexander Soljenítsin, seu desafeto de longa data, apoiado por Khrushchov, e permitiu a emigração de judeus para Israel. Sua época é lembrada com saudade pelos russos, como período de conforto material e de grandes glórias e vitórias que se assemelhou em parte ao regime Stalinista. Por sua vez, teve de intervir em Praga, Tchecoslováquia, e invadir o Afeganistão, além da Guerra do Vietnã do Norte ao qual ele apoiava. Criou a Doutrina Brejnev e morreu em 1982, quando se iniciaram os breves governos de Yuri Andropov e Konstantin Chernenko, ambos seguidores das políticas deBrejnev: busca da hegemonia soviética e repressão a movimentos anticomunistas.
A morte de Konstantin Chernenko representa o início dos suspiros finais da União Soviética, Mikhail Sergueievitch Gorbatchev começa a abertura da Rússia para o mundo através de dois programas: glasnost ("abertura") e perestroika ("reestruturação"), de modo a modernizar a economia russa com a abertura das fronteiras para os investidores estrangeiros. A glasnost tinha o significado de liberdade de expressão, que fora ignorada durante todo o império soviético; já a perestroika consisitia na reestruturação económica da URSS pois esta gastava muito dinheiro em armamento e defesa.
Boris Yeltsin foi eleito Presidente da Rússia em junho de 1991, na primeira eleição direta presidencial na história russa. Durante e após adesintegração soviética, amplas reformas, incluindo a privatização, mercados e a liberalização comercial, estavam sendo realizadas,incluindo mudanças radicais ao longo das linhas de "terapia de choque", como recomendado pelos Estados Unidos e pelo Fundo Monetário Internacional.Tudo isso resultou em uma grave crise econômica, caracterizada pela queda de 50% do PIB e da produção industrial entre 1990-1995.
A privatização, em grande parte, deslocou o controle de empresas dos órgãos estatais para indivíduos com ligações dentro do sistema de governo. Muitos dos empresários "novos-ricos" levaram bilhões em dinheiro e ativos para fora do país em uma enorme fuga de capitais. A depressão doEstado e da economia levou ao colapso dos serviços sociais; a taxa de natalidade despencou, enquanto a taxa de mortalidade disparou. Milhões de pessoas mergulharam na pobreza; saindo de um nível de 1,5% de pobreza no final da era soviética, para 39-49% em meados de 1993. A década de 1990 assistiu ao surgimento da corrupção extrema e da ilegalidade, dando origem às quadrilhas criminosas e aos crimes violentos.
Nos anos 1990 foram expostos os conflitos armados na região da Ciscaucásia (Cáucaso do Norte), tanto os conflitos étnicos locais, quanto as insurreições de separatistas islâmicos. Depois que os separatistas chechenos declararam independência no começo dos anos 1990, uma guerra de guerrilha intermitente foi travada entre os grupos rebeldes e as forças militares russas. Ataques terroristas contra civis foram realizados por separatistas, sendo os mais relevantes a crise dos reféns do teatro de Moscou e o cerco à escola de Beslan, que causaram centenas de mortos e chamaram a atenção do mundo inteiro.
A Rússia assumiu a responsabilidade pela liquidação das dívidas externas da URSS, apesar de sua população ser apenas metade da população do Estado Soviético na altura da sua dissolução. Elevados défices orçamentais provocados pela crise financeira da Rússia em 1998 resultaram em um declínio ainda maior do PIB.
Em 31 de dezembro de 1999, o Presidente Ieltsin renunciou, entregando o posto para o recém-nomeado primeiro-ministro, Vladimir Putin, que depois ganhou a eleição presidencial de 2000. Putin suprimiu a rebelião chechena, embora a violência esporádica ainda ocorresse em todo o Cáucaso do Norte. A alta dos preços do petróleo e uma moeda inicialmente fraca, seguido do aumento da demanda interna, consumo e investimentos, tem ajudado a economia a crescer por nove anos consecutivos, melhorando a qualidade de vida e aumentando a influência da Rússia na cena mundial. Apesar das muitas reformas feitas durante a presidência de Putin, seu governo foi criticado pelas nações ocidentais como sendo uma liderança não-democrática. Putin retomou a ordem, a estabilidade e o progresso e ganhou grande popularidade na Rússia.
Em 2 de março de 2008, Dmitry Medvedev foi eleito Presidente da Rússia, enquanto Putin se tornou primeiro-ministro. Em 4 de março de 2012, Vladimir Putin foi re-eleito para o cargo de presidente, que ocupa pela 3ª. vez, conquistado com maioria absoluta de mais de 63%.
A Rússia é uma Democracia Federal, baseada num sistema de Estado de Direito sob a forma de República. Os três poderes do Estado,Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes uns dos outros. As decisões políticas são tomadas na Assembleia Federal Russa que é constituída por duas câmaras - a Duma e o Conselho Federal.
A Duma (em russo Государственная дума, Gasudárstvienaia Duma) é o parlamento russo, com 450 deputados; qualquer cidadão com nacionalidade russa nativa ou adquirida e com mais de 21 anos pode ser eleito deputado desse parlamento.
Todas as leis a serem aplicadas em toda a federação têm de ter aprovação com maioria absoluta na Duma.
O presidente da Rússia é o chefe de estado, protector da constituição, dos direitos e das liberdades dos cidadãos e tem de accionar qualquer medida para proteger a integridade da soberania russa. É ele que representa a Rússia nos encontros diplomáticos. Tem também a função de escolher o primeiro-ministro desde que tenha consenso com a Duma
O presidente é eleito através do voto livre, popular, directo, universal e secreto para um mandato de 4 anos podendo repeti-lo mais uma única vez. Qualquer cidadão russo pode ser candidato a presidente desde que tenha mais de 35 anos e 10 de permanência no território russo.
Uma vez eleito, deve proferir a seguinte frase na sua tomada de posse:
Клянусь при осуществлении полномочий Президента Российской Федерации уважать и охранять права и свободы человека и гражданина, соблюдать и защищать Конституцию Российской Федерации, защищать суверенитет и независимость, безопасность и целостность государства, верно служить народу". |
Juro exercer os poderes que a Federação da Rússia me concede, de proteger os direitos do Homem e do cidadão, de vigiar e defender aConstituição, de proteger a soberania e a independência do território, de modo a servir com justiça o povo. |
O actual presidente da Rússia é Vladimir Putin, no cargo desde março de 2012, sucedendo a Dmitri Medvedev.
As Forças Armadas da Rússia estão divididas em Exército, Marinha e Força Aérea. Há também três braços independentes: as Forças Estratégicas de Mísseis, as Forças Espaciais Militares e as Tropas Aerotransportadas. Em 2006, os militares tinham 1,037 milhão de pessoas na ativa. Éobrigatório para todos os cidadãos do sexo masculino com idades entre 18-27 prestar um ano de serviço para as Forças Armadas.
A Rússia tem o maior arsenal de armas nucleares e a segunda maior frota de submarinos nucleares do mundo, além de ser o único país, além dosEstados Unidos, com uma força moderna de bombardeiros estratégicos. A força de tanques da Rússia é a maior do mundo e a sua marinha de superfície e força aérea estão entre a mais fortes do planeta.
O país tem uma ampla indústria armamentista totalmente nacional, produzindo a maioria dos seus próprios equipamentos militares, com apenas alguns tipos de armas importadas. A Rússia é principal fornecedor mundial de armas, uma posição que tem mantido desde 2001, representando cerca de 30% das vendas mundiais de armas e exportando armas para cerca de 80 países.
Os gastos militares oficiais do governo para 2008 foi de US$ 58 bilhões, o quinto maior do mundo, embora várias fontes estimarem que os gastos militares da Rússia tenham sido consideravelmente maiores. Atualmente, um importante pacote de atualização de equipamentos de US$ 200 bilhões está previsto para o período entre 2006 e 2015.
A ciência e tecnologia na Rússia floresceram na época do Iluminismo, quando Pedro, o Grande fundou a Academia de Ciências da Rússia e Universidade Estatal de São Petersburgo e opolímata Mikhail Lomonosov estabeleceu a Universidade Estatal de Moscou, pavimentando o caminho para uma forte tradição nativa de aprendizagem e inovação. Nos séculos XIX e XX o país produziu um grande número de notáveis cientistas e inventores.
A escola física russa começou com Lomonosov, que propôs a lei da conservação da matéria anterior à lei da conservação de energia. As descobertas e invenções russas, em termos físicos, incluem o arco elétrico, a eletrodinâmica lei de Lenz, o grupo espacial de cristais, células fotoelétricas, efeito Tcherenkov,ressonância paramagnética eletrônica, heterotransistores e holografia 3D. Lasers e masers foram co-inventados por Nicolay Basov e Aleksandr Prokhorov, enquanto a idéia de um tokamak para a fusão nuclear controlada foi introduzida por Igor Tamm, Andrei Sakharov e Lev Artsimovich, que acabarão por conduzir o moderno e internacional projeto ITER, da qual a Rússia é parte.
Desde o tempo de Nikolai Lobachevsky (um "Copérnico da Geometria", que foi pioneiro na geometria não euclidiana) e do proeminente professor Pafnuty Chebyshev, a escola matemática russa se tornou uma das mais influentes no mundo. Entre os alunos de Chebyshev incluem-se Aleksandr Lyapunov, que fundou a moderna teoria da estabilidade, e Andrei Markov, que inventou as cadeias de Markov. No século XX, matemáticos soviéticos, como Andrei Kolmogorov,Israel Gelfand e Sergei Sobolev, fizeram grandes contribuições para várias áreas da matemática. Nove matemáticos russos/soviéticos foram agraciados com aMedalha Fields, prêmio de maior prestígio na matemática. Em 2002, Grigori Perelman recebeu o primeiro Problemas do Prémio Millenium por sua prova final daConjectura de Poincaré.
O químico russo Dmitri Mendeleev inventou a tabela periódica, o quadro principal da química moderna. Aleksandr Butlerov foi um dos criadores da teoria daestrutura química, desempenhando um papel central na química orgânica. Biólogos russo incluem Dimitri Ivanovski, que descobriu o vírus, Ivan Pavlov, que foi o primeiro a experimentar o condicionamento clássico e Ilya Mechnikov, que foi um pesquisador pioneiro do sistema imunológico e probióticos.
Muitos cientistas russos e os inventores eram emigrantes, como Igor Sikorsky, que construiu os primeiro aviões e helicópteros modernos; Vladimir Zworykin, muitas vezes chamado de o "pai de TV"; o químico Ilya Prigogine, conhecido por seu trabalho sobre estruturas dissipativas e sistemas complexos; os economistas vencedores do Prêmio NobelSimon Kuznets e Wassily Leontief; o físico George Gamow (autor da teoria do Big Bang) e o cientista social Pitirim Sorokin. Muitos estrangeiros trabalharam na Rússia por um longo tempo, como Leonard Euler e Alfred Nobel.
As invenções russas incluem a soldadura desenvolvida por Nikolai Benardos, além de Nikolai Slavyanov, Khrenov Konstantin e outros engenheirosrussos. Gleb Kotelnikov inventou o paraquedas de mochila, enquanto Evgeniy Chertovsky inventou o traje pressurizado. Alexander Lodygin e Pavel Yablochkov foram os pioneiros da iluminação elétrica e Mikhail Dolivo-Dobrovolsky introduziu os primeiros sistemas trifásicos de energia elétrica, amplamente usado hoje. Sergei Lebedev inventou a primeira borracha sintética comercialmente viável e produzida em massa. O primeiro computador ternário, Setun, foi desenvolvido por Nikolai Brusentsov.
As realizações da Rússia no domínio da tecnologia espacial e exploração espacial têm origem nos trabalhos de Konstantin Tsiolkovsky, o pai da austronáutica teórica. Seus trabalhos inpiraram os principais engenheiros de foguetes soviéticos, como Sergei Korolev, Valentin Glushko e muitos outros que contribuíram para a sucesso do programa espacial soviético nos estágios iniciais da corrida espacial e também posteriormente. Em 1957, o primeiro satélite artificial em órbita da Terra, o Sputnik 1, foi lançado; em 1961, a primeira viagem humana ao espaço que teve êxito foi feita por Yuri Gagarin; e muitos outros recordes da exploração espacial soviética e russa se seguiram, inclusive com a primeira caminhada espacial realizada porAleksei Leonov, o primeiro veículo de exploração espacial, o Lunokhod-1, e a primeira estação espacial, a Salyut 1. Atualmente, a Rússia é o país que mais lança satélites no mundo e é o único fornecedor de serviços de transporte para turismo espacial.
No século XX, um número de proeminentes engenheiros aeroespaciais soviéticos, inspirado nas obras fundamentais de Nikolai Zhukovsky, Sergey Chaplygin e outros, criaram centenas de modelos de aeronaves civis e militares e fundaram uma série de KBs (Serviçõs de Construção) que passaram a constituir a maior parte da russa United Aircraft Corporation. Entre as famosas aeronaves civis russas incluem os Tupolevs, Sukhois e aviões de combate Mikoyan, séries de helicópteros Kamov e Mil; muitos modelos de aeronaves russas estão na lista dos aviões mais produzidos da história.
Entre os famosos tanques de batalha russos incluem-se o T-34, o melhor tanque da Segunda Guerra Mundial, e tanques adicionais de série T, incluindo o tanque mais produzido na história, T-54/T-55. O AK-47 e AK-74, por Mikhail Kalashnikov, constituem o tipo mais usado de fuzis do mundo, tanto que rifles do tipo AK foram mais fabricados do que todos os outros rifles de assalto combinados.
Com todas estas conquistas, no entanto, desde a dissolução da União Soviética, o país ficou atrasado em relação ao ocidente em uma série de tecnologias, principalmente aquelas relacionadas à conservação de energia e produção de bens de consumo. A crise dos anos 1990 levou à redução drástica do apoio do Estado à ciência e a uma "fuga de cérebros" da Rússia.
Nos anos 2000, na onda de um novo boom econômico, a situação da ciência e tecnologia na Rússia tem melhorado e o governo lançou uma campanha destinada a modernização e inovação. O presidente russo, Dmitry Medvedev, formulou 5 principais prioridades para o desenvolvimento tecnológico do país: uso eficiente de energia, informática (incluindo os produtos comuns e os produtos combinados com a tecnologia espacial), a energia nuclear e os produtos farmacêuticos. Atualmente a Rússia está a terminar o GLONASS, o único global sistema de navegação por satélite além do GPS estadunidense, e construindo a primeira usina nuclear móvel.
Há mais de 160 diferentes grupos étnicos e povos indígenas na Rússia. Os russos étnicos com suas tradições eslavas ortodoxas, os tártaros ebashkires com a sua cultura turco-muçulmana, os nômades budistas buriates e calmucos, os povos xamânicos do Extremo Norte e da Sibéria, os montanheses do Cáucaso do Norte e os povos fino-úgricos da Região Noroeste e da Região do Volga, todos contribuem para a diversidade cultural do país.
O artesanato, como os brinquedos matrioshka e dymkovo, khokhloma, gzhel e a miniatura de palekh, representam um importante aspecto da cultura popular russa. Roupas étnicas russas incluem o kaftan, kosovorotka e ushanka para os homens, sarafan e kokoshnik para mulheres, com lapti evalenki como sapatos comuns. As roupas dos cossacos do sul da Rússia incluem a burka e papaha, que partilham com os povos do Cáucaso do Norte.
A culinária russa utiliza muitos peixes, aves, cogumelos, frutos e mel. As culturas de centeio, trigo, cevada e milhofornecem os ingredientes para vários tipos de pães, panquecas e cereais, bem como para kvas, cerveja e vodka. Opão de centeio é bastante popular na Rússia, em comparação com o resto do mundo. Saborosas sopas e guisados incluem borsch, shchi, ukha, solyanka eokroshka. Smetana (um creme azedo) é frequentemente adicionado a sopas e saladas. Pirozhki, blini e syrniki são tipos nativos de panquecas. Frango Kiev,pelmeni e shashlyk são populares pratos de carne, os dois últimos com origem nos tártaros e Cáucaso, respectivamente. Saladas incluem a salada russa,vinagrete e a Sel'd' Pod Shuboi.
O vários grupos étnicos da Rússia têm tradições distintas de música folclórica. Instrumentos musicais étnicos típicos do país são gusli, balalaika, zhaleika egarmoshka. A música popular teve grande influência nos compositores clássicos russos e nos tempos modernos é uma fonte de inspiração para uma série debandas folclóricas mais populares, incluindo a Melnitsa. Canções populares russas, assim como canções patrióticas soviéticas, constituem o grosso do repertório do renome mundial da Assembleia Alexandrov e outros conjuntos populares.
Os russos têm muitas tradições, incluindo a lavagem em banya, um banho de vapor quente semelhante à sauna. Folclore russo antigo tem suas raízes nareligião pagã eslava. Muitos contos de fadas russos e épicos bylinas foram adaptados para filmes por diretores de destaque, como Aleksandr Ptushko eAleksandr Rou. Poetas russos, incluindo Pyotr Yershov e Leonid Filatov, fizeram uma série de bem conhecidas interpretações poéticas dos contos de fadas clássicos.
Desde a cristianização do Principado de Kiev, por várias eras a arquitetura russa foi influenciada, principalmente, pela arquitetura bizantina. Além de fortificações (kremlins), os edifícios de pedra da antiga Rússia eram as igrejas ortodoxas, com suas cúpulas, muitas vezes, douradas ou pintadas.
Aristóteles Fioravanti e outros arquitetos italianos do Renascimento trouxeram novas tendências para a Rússia no século XV, enquanto o século XVI viu o desenvolvimento das igrejas em forma de tenda, que culminaram na Catedral de São Basílio. Nessa época o projeto de cúpula acebolada também foi totalmente desenvolvido. No século XVII, o "estilo fogo" de ornamentação floresceu em Moscou e Yaroslavl, gradualmente pavimentando o caminho para oBarroco Naryshkin da década de 1690. Após as reformas de Pedro, o Grande, a mudança de estilos arquitetônicos na Rússia geralmente seguiam os daEuropa Ocidental.
O século XVIII foi marcado pela preferência à arquitetura rococó e levou à obras ornadas por Bartolomeo Rastrelli e seus seguidores. O reinado de Catarina, a Grande e seu neto, Alexandre I, viu o florescimento da arquitetura neoclássica, principalmente na então capital do país, São Petersburgo. A segunda metade do século XIX foi dominada pelo estilo Neobizantino e pelo "Revival Russo". Os estilos predominantes do século XX foram os da Art Nouveau, doConstrutivismo e da Arquitetura Stalinista.
Em 1955, um novo líder soviético, Nikita Kruschev, condenou os "excessos" da antiga arquitetura acadêmica, e o final da era soviética foi dominado pelofuncionalismo na arquitetura. Isso ajudou, em parte, a resolver o problema da habitação, mas criou uma grande quantidade de edifícios de baixa qualidade arquitetônica, em contraste com os suntuosos estilos anteriores. A situação melhorou nas últimas duas décadas. Muitos templos demolidos nos tempos soviéticos foram reconstruídos e esse processo continua, juntamente com a restauração de vários prédios históricos destruídos na Segunda Guerra Mundial. Um total de 23.000 igrejas ortodoxas foram reconstruídas entre 1991-2010, o que efetivamente quadruplicou o número de igrejas que operam na Rússia.
A música da Rússia do século XIX foi definida pela tensão entre o compositor clássico Mikhail Glinka, junto com seus seguidores, que abraçou a identidade nacional russa e adicionou elementos religiosos e populares em suas composições, e a Sociedade Musical Russa, liderada pelos compositores Anton eNikolai Rubinstein, que eram musicalmente conservadores. A tradição posterior de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, um dos maiores compositores da era romântica, foi continuada no século XX por Sergei Rachmaninoff. Compositores de renome mundial do século XX incluem também Alexander Scriabin, Igor Stravinsky,Sergei Prokofiev, Dmitri Shostakovich e Alfred Schnittke.
Os conservatórios russos geraram gerações de solistas famosos. Entre os mais conhecidos estão os violinistas David Oistrakh e Gidon Kremer; ovioloncelista Mstislav Rostropovich; os pianistas Vladimir Horowitz, Sviatoslav Richter e Emil Gilels; e os vocalistas Feodor Chaliapin, Galina Vishnevskaya,Anna Netrebko e Dmitri Hvorostovsky.
No início do século XX, os dançarinos russos de balé Anna Pavlova e Vaslav Nijinsky alcançaram a fama. O empresário Sergei Diaghilev e as viagens ao exterior da sua companhia, a Ballets Russes, influenciaram profundamente o desenvolvimento da dança no mundo inteiro. O balé soviético preservou e aperfeiçoou as tradições do século XIX e as escolas de coreografia da União Soviética produziram muitas estrelas de renome internacional, como Maya Plisetskaya, Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov. O Balé Bolshoi, em Moscou, e o Balé Mariinsky, em São Petersburgo, tornaram-se famosos em todo o mundo.
O rock russo moderno tem suas raízes tanto no rock and roll, quanto no heavy metal ocidental, e nas tradições dos poetas russos da era soviética, comoVladimir Vysotsky e Bulat Okudzhava. Entre os grupos de rock russos mais populares incluem-se Mashina Vremeni, DDT, Akvarium, Alisa, Kino, Kipelov,Nautilus Pompilius, Aria, Grazhdanskaya Oborona, Splean e Korol i Shut. A música pop russa se desenvolveu do que era conhecido nos tempos soviéticos como "estrada", para uma indústria de pleno direito, com alguns artistas a ganhar reconhecimento internacional amplo, como t.A.T.u. e Vitas.
A literatura russa é considerada uma das mais influentes e desenvolvidas do mundo, contribuindo com muitas das mais famosas obras literárias da história. No século XVIII o seu desenvolvimento foi impulsionado pelos trabalhos de Mikhail Lomonosov e Denis Fonvizin e no início do século XIX uma moderna tradição nativa surgiu, produzindo alguns dos maiores escritores de todos os tempos. Este período, também conhecido como a "Idade de Ouro da poesia russa", iniciou-se com Alexander Pushkin, que é considerado o fundador da literatura russa moderna e muitas vezes descrito como o "ShakespeareRusso."[164] Esse período prosseguiu pelo século XIX com a poesia de Mikhail Lérmontov e Nikolai Nekrasov, os dramas de Aleksandr Ostrovsky e Anton Chekhov e a prosa de Nikolai Gogol e Ivan Turgenev. Leo Tolstoi e Fiodor Dostoievski, em particular, são figuras "titânicas" da literatua, a tal ponto que muitos críticos literários têm descrito um ou o outro como o maior escritor de todos os tempos.
Por volta de 1880, a idade dos grandes romancistas acabou, enquanto os contos e a poesia se tornaram os gêneros dominantes. As próximas décadas ficaram conhecidas como a "Era de Prata da poesia russa", quando o realismo literário anteriormente dominante foi substituído pelo simbolismo. Os principais autores desta época incluem poetas como Valery Bryusov, Vyacheslav Ivanov, Aleksandr Blok, Nikolai Gumilev e Anna Akhmatova e romancistas comoLeonid Andreiev, Ivan Bunin e Maxim Gorky.
A filosofia russa floresceu no século XIX, quando foi definida inicialmente pela oposição dos "ocidentalistas", que defendiam o modelo político e econômico ocidental, e os "eslavófilos", que insistiam no desenvolvimento da Rússia como uma civilização única. Este último grupo inclui Nikolai Daniliévski e Konstantin Leontiev, os fundadores do eurasianismo. Na desenvolvimento da sua filosofia, a Rússia sempre foi marcada por uma profunda conexão com a literatura e o interesse pela criatividade, sociedade, política e nacionalismo; o cosmismo russo e a filosofia religiosa eram outras áreas importantes. Notáveis filósofos do fim século XIX e início do século XX incluem Vladimir Soloviov, Sergei Bulgakov e Vladimir Vernadsky.
Após a Revolução Russa de 1917, muitos escritores e filósofos proeminentes deixaram o país, incluindo Ivan Bunin, Vladimir Nabokov e Nikolai Berdyayev, enquanto uma nova geração de autores talentosos se uniram em um esforço para criar uma cultura distinta da cultura da classe trabalhadora do novo Estado Soviético. Nos anos 1930, a censura sobre a literatura foi reforçada em consonância com a política do realismo socialista. Desde o final dos anos 1950, as restrições contra a literatura foram relaxadas e nas décadas de 1970 e 1980, os escritores russos cada vez mais ignoravam as orientações oficiais. Os principais autores da era soviética incluem os romancistas Yevgeny Zamyatin, Ilf e Petrov, Mikhail Bulgakov e Mikhail Sholokhov e os poetasVladimir Maiakovski, Yevgeny Yevtushenko e Andrei Voznesensky.
O teatro russo é, sem dúvida um dos mais ricos do mundo, devido à sua quantidade de dramaturgos, escritores e peças de teatro. Pensa-se que os russos são aqueles que mais vão ao teatro em todo o mundo. Um dos maiores símbolos do teatro russo é o Teatro Bolshoi em Moscovo, onde são representadas inúmeras peças de teatro russas ou estrangeiras, além de ballet e ópera. O teatro russo começa desde muito cedo, antes da dinastia Romanov, onde se usavam marionetas e música tradicional.
O cinema surgiu na Rússia com os irmãos Lumière durante o fim da era czarista, quando estes exibiram filmes em São Petersburgo e Moscovo no ano de 1896. Aleksandr Drankov foi o primeiro realizador russo ao produzir Stenka Razin.
Durante a I Guerra Mundial, muitos foram os filmes produzidos sobre a guerra revelando ideias antigermânicas.
Sob a URSS, os filmes foram produzidos de forma condicionada o regime em vigor. Apenas as línguas oficiais da União eram aceites. Com a criação do programa espacial soviético, muitos filmes da URSS basearam-se em ficção científica como Solaris. Para muitos, o maior cineasta da era soviética foi Serguei Mikhailovitch Eisenstein.
No fim do século XX e início do século XXI, ou seja, depois da era da URSS, o cinema russo sofreu um golpe na qualidade dos seus filmes e muito poucos eram produzidos. Um dos filmes mais famosos e aceite pela crítica foi o Barbeiro da Sibéria (1998).
Integrando-se à evolução geral da arte européia desde então, a pintura russa teria um momento de destaque e daria uma importante contribuição própria à arte ocidental por ocasião da emergência das vanguardas no início do século XX, quando pintores como Kandinsky e Malevich seriam os precursores dos movimentos abstratos na pintura.
Quando a Rússia foi socializada em 1917, os pintores foram obrigados pelo Estado a seguir uma estética figurativa populista, originando o estilo conhecido como Realismo Socialista, que só perderia força com a progressiva liberalização do regime político local no fim do século XX, quando um grupo de artistas do underground iniciou um movimento de contestação das fórmulas da arte oficial e introduziria conceitos contemporâneos na pintura russa, diversificando enormemente seus horizontes.
Suíça
Suíça (em alemão: [Die] Schweiz; em suíço-alemão: Schwyz ou Schwiiz; em francês: Suisse; em italiano: Svizzera; em romanche:Svizra), oficialmente Confederação Suíça ( latim: Confoederatio Helvetica (CH) ; alemão: Schweizerische Eidgenossenschaft;francês: Confédération suisse; italiano: Confederazione Svizzera; romanche: Confederaziun svizra), é uma república federal composta por 26 estados, chamados de cantões, com Berna como a sede das autoridades federais. O país está situado naEuropa Central, onde faz fronteira com a Alemanha a Norte, a França a Oeste, a Itália a Sul e com a Áustria e Liechtenstein a Leste.
A Suíça é um país sem costa marítima cujo território é dividido geograficamente entre o Jura, o Planalto Suíço e os Alpes, somando uma área de 41 285 km². A população suíça é de aproximadamente 7,8 milhões de habitantes e concentra-se principalmente no planalto, onde estão localizadas as maiores cidades do país. Entre elas estão as duas cidades globais e centros económicos deZurique e Genebra. A Suíça é um dos países mais ricos do mundo relativamente ao PIB per capita calculado em 75.835 de dólares americanos em 2011. Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente.
A Confederação Suíça tem uma longa história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais como o Fórum Económico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio e do segundo maior Escritório das Nações Unidas. A nível europeu, foi um dos fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre e é parte integrante do Acordo de Schengen. Em termos desportivos, o COI, a FIFA e a UEFA possuem as suas sedes localizadas no território suíço.
A Suíça é constituída por quatro principais regiões linguísticas e culturais: alemão, francês, italiano e romanche. Por conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum étnica ou linguística. O forte sentimento de pertencer ao país é fundado sobre o histórico comum, valores compartilhados (federalismo, democracia directa e neutralidade) e pelo simbolismoAlpino. A criação da Confederação Suíça é tradicionalmente datada em 1 de Agosto de 1291.
Confœderatio Helvetica é a designação oficial em latim do país. O termo Helvética vem da palavra latina Helvetier que por sua vez provém do nome da antiga tribo celta dos Helvécios. A Revolução Suíça de 1798 foi a primeira contra a supremacia dos fundadores daAntiga Confederação Suíça: Uri, Schwyz, Unterwalden e as cidades de Lucerna, Zurique e Berna. As diferentes línguas faladas obrigaram a criar um nome único em latim, língua maioritariamente falada na Europa naquela época. Nos tempos atuais, o termoHelvetia não é utilizado para caracterizar oficialmente a Suíça. Contudo, este nome pode ser encontrado em selos e moedas suíços. "C.H." (Confœderatio Helvetica) são as iniciais encontradas nos autocolantes para os carros e no domínio da Internet (.ch) desde 1995.
O nome Confederação Suíça tornou-se conhecido apenas durante o século XVIII, quando não era nem oficial nem único, dado que designações como Corpo helvético, Magna Liga, Ligas e Helvetia eram também usadas para denominar a Suíça. Também não se encontra Confederação Suíça na Acta de Mediação de 1803, apesar de Napoleão Bonaparte ser considerado como o Mediador da Confederação Suíça. A primeira ocorrência legal do nome está escrita no artigo 15.º do pacto federal de 1815 em que se transcreve os XXII Cantões se constituem em Confederação Suíça, nome que fora modificado desde então.
Actualmente, e segundo a carta das denominações de países da Suíça, o país é nomeado oficialmente como Confederação Suíça e explicita que deve ser evitado o uso de todas as palavras com prefixo helveto-. Esta designação é utilizada pela primeira vez em alemão num documento datando da guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Porém, em latim a tradução continua sendo Confœderatio Helvetica.
A Suíça é um Estado Federal desde 1848. A nova Constituição de 1999, não influenciou nenhuma mudança notória no sistema político helvético. Garante a soberania de cada cantão e a separação entre poderes federais e cantonais. Defende a aplicação total dos Direitos Humanos, da dignidade humana e proíbe a pena de morte.
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A Suíça, apesar de ser um estado de pouca extensão, possui um sistema político bastante complexo, semelhante aos sistemas federais dos restantes países do mundo. A Constituição Federal da Suíça define o país como um Estado Federal composto por 26 cantões em que cada cantão tem a sua autonomia político-económica. A hierarquia política da Suíça é constituída da seguinte maneira:
- Em primeiro lugar está o sistema Federal;
- Em segundo, o cantonal.
- Em terceiro, o sistema comunal.
O sistema federal (ou Governo Central) vela pelas relações políticas com o exterior, a economia nacional, as Forças Armadas, os estatutos sobre as medidas internacionais como o peso e a altura, os caminhos-de-ferro (conhecidos como "Chemins-de-Fer Fédéraux", CFF), entre outros. Já o poder cantonal tem a sua própria polícia, tem o seu sistema de saúde e educação e até tem estatuto oficial perante a religião. Por exemplo, no cantão de Valais a religião oficial é a Católica enquanto que, no cantão de Vaud, a religião é o Protestantismo.
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O Governo da Suíça é constituído por um Conselho Federal, que representa o poder executivo, eleito indirectamente pelas duas assembleias reunidas: o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados, que reunidas formam o Parlamento suíço, a Assembleia Federal (Die Bundesversammlung, L' Assemblée fédérale, Assemblea federale).
O Conselho Nacional (semelhante ao Parlamento Português) é constituído por duzentos lugares. Os seus deputados são eleitos por um período de quatro anos através de um complexo sistema de representação proporcional. O Conselho dos Estados (semelhante ao senado norte-americano) é constituído por 46 lugares. Os cantões enviam dois representantes e os semi-cantões enviam um. Os representantes de cada cantão são eleitos pela população do respectivo cantão e o sistema de voto difere de um cantão para outro, visto que cada um deles tem as suas próprias regras.
As duas casas do parlamento discutem as leis formadas, mas separadamente. Quando não se entendem, as leis têm que ser alteradas.
O Conselho Federal, Governo Federal ou Administração Federal (Conseil Fédéral, Bundesrat, Consiglio Federale, Cussegl federal, em francês, alemão, italiano e romanche, respectivamente) é constituído por sete lugares. Cada membro tem direitos equivalentes e representa uma parte do Conselho Federal. Cada membro pode ser reeleito e não existe um limite máximo de mandatos. As pastas que constituem o Conselho são: Assuntos Internos; Negócios Estrangeiros; Energia, Tráfego Ambiente e Comunicações; Economia; Finanças; Justiça e Política; e Defesa, Protecção e Desporto. Todas as decisões federais, ou a aplicar a nível federal, são tomadas no Palácio Federal em Berna.
Por fim, o Tribunal Federal é a organização primária do sistema judicial na Suíça, sediado em Lausanne. A sua função é proteger as leis suíças contra posições arbitrárias que possam prejudicar os cidadãos e seus direitos. Não existe uma corte constitucional.
O país é membro da Associação Europeia de Livre Comércio, mas não faz parte da União Europeia, apesar de todos países à sua volta serem integrantes do bloco europeu, exceptuando-se oLiechtenstein.
A Suíça negociou a integração no Espaço Económico Europeu (EEE) e a 20 de Maio de 1992, assinou o acordo para a adesão do país à União Europeia. No entanto, um referendo nacional, realizado a 6 de Dezembro do mesmo ano, rejeitou a integração do país ao EEE por apenas 50,3% dos votos.Como consequência, as negociações com a União Europeia, na altura, Comunidade Económica Europeia, foram congeladas. A sua adesão permanece em aberto e é vontade do Governo Federal a integração total da Suíça na UE.
Ao longo da década de 1990, vários tratados foram assinados entre a UE e a Suíça. Vários acordos bilaterais estão em prática entre o bloco europeu e o país, no tocante a livre circulação de pessoas, tráfego aéreo e terrestre, agricultura, ciência, segurança, cooperação em casos de fraudes, entre outros. Porém, os acordos da Suíça com a UE estão sujeito à chamada cláusula da guilhotina em que, se num referendo um tratado for rejeitado, os acordo bilaterais I de 1999 são automaticamente anulados.
A 5 de Junho de 2005, um referendo aprovou por maioria a integração do país no Espaço Schengen para a livre circulação de pessoas, o que foi confirmado por outro referendo, a 12 de Dezembro de 2008.
A Suíça é dividida em treze regiões turísticas. A principal atracção da Suíça são as paisagens dos Alpes suíços.
Até ao século XVIII, o país não era um destino, mas uma passagem obrigatória no centro da Europa. Na altura, as cidades que atraiam turistas eram apenas Basileia e Genebra devido às suas universidades, movimentos religiosos, as fontes de água e as curas que as termas proporcionavam.
O início do turismo no país é provocado pelos trabalhos de escritores e pintores naturalistas do fim do século XVIII e do início do século XIX que suscitam interesse aos viajantes pelas descrições das paisagens e das montanhas. As regiões mais expostas foram as Oberland e sobretudo Zermatt, no cantão do Valais desde 1850.
As primeiras viagens organizadas foram lançadas pela agência inglesa Thomas Cook antes mesmo da indústria do Turismo Local se ter começado a desenvolver. No entanto, as tarifas elevadas atraiam apenas os suíços mais afortunados até que a crise de 1870-1890 forçam os profissionais a oferecerem preços mais baixos e estadias maiores, sobretudo na época do Inverno. A partir daí, novas estâncias são criadas, como em Davos e noTessino.
No início do século XX, a Suíça gastava 3% do seu PIB anual para a hotelaria e as receitas daquele sector chegavam aos 320 milhões de francos suíços. O desenvolvimento pós-guerra de 1914-18 e o pagamento de férias pagas fazem com que existe um grande aumento da procura por parte das classes mais baixas que vêm a ser a maioria no fim da década de 1950.
Actualmente, a procura de turismo na Suíça parte sobretudo da Alemanha, que corresponde a 14,4% das estadias feitas do país, seguida da França com 5,3%, o Reino Unido com 4,8% e Itália, com 3,8 %. Dos países não europeus, os Estados Unidos representam 3,3% do total das noitadas, seguidos da Austrália e da Nova Zelândia que representam 3,3%. O Japão representa apenas 0,6% das noitadas feitas na Suíça.
penas 4% da população trabalha na agricultura e a cada dia, um ou dois agricultores deixam a actividade. A Suíça tem apenas 10% do território ideal para a produção agrícola. A maior parte dos produtos internos são as batatas, o milho, as saladas, as maçãs, os tomates, os morangos entre outros. O vinho também faz parte da agricultura sobretudo na zona francesa (Valais, Vaud, Neuchâtel e Fribourg).
A água é obtida directamente dos glaciares e das fontes espalhadas nas mais diversas estâncias de alta altitude e apresenta óptima qualidade, pois a poluição mineral não desejada é baixa. Aliás, todas as minas que funcionavam antes da Segunda Guerra Mundial foram encerradas.
40% da electricidade é obtida através de centrais nucleares e de grandes barragens localizadas nos Alpes enquanto que o restante é importado de outros países durante os períodos de alto consumo (Inverno e noite). No verão, a Suíça exporta energia para os seus vizinhos evitando desperdícios.
Em 18 de maio de 2003, duas iniciativas antinucleares foram rejeitadas: Moratorium Plus, que objetivava a proibição de construção de novas usinas nucleares (41,6% apoiaram e 58,4% se opuseram), e Eletricidade Não Nuclear (33,7% apoiaram e 66,3% se opuseram). A primeira moratória de dez anos na construção de novas usinas nucleares foi o resultado de umainiciativa popular votada em 1990, a qual foi aprovada com votos de 54,5% Sim contra 45,5% Não. Atualmente, uma nova usina nuclear no Cantão de Berna está planejada. A Secretaria Federal de Energia Suíça (SFES) é o órgão responsável por todas as questões relacionadas ao abastecimento e uso de energia dentro do Departamento Federal de Meio-ambiente, Transporte, Energia e Comunicações (DMTEC). A agência apoia a iniciativa da sociedade dos 2.000 watts para cortar o uso de energia da nação em mais da metade até 2050.
A educação tem vindo a ser uma fonte importante de recurso para o seu desenvolvimento económico. Por isso, o país clama em ter um dos melhores sistemas do mundo nessa área. No entanto, não existe um sistema educativo mas sim 26, o mesmo número de cantões, variando entre eles. Por exemplo, em alguns cantões o ensino da primeira língua estrangeira é iniciado no quarto ano enquanto que em outros inicia-se no sétimo. O facto de cada cantão possuir o seu sistema educativo, transferir os estudantes de uma escola para outra fora do seu cantão de residência pode se tornar problemático, podendo resultar na rejeição de vários deles nas suas escolas de destino.
A maioria dos estudantes frequentam estabelecimentos públicos dado que os privados são caros para a maioria da população. Consiste em três períodos escolares: elementar, secundária e universitário. Todas as crianças são obrigadas a frequentar por no mínimo nove anos de escolaridade, seja em escolas públicas ou privadas.
A elementar inicia-se normalmente aos sete anos de idade da criança e dura oito ou nove anos consoante o cantão. Algumas escolas oferecem um ano a aqueles que ainda não se decidiram em termos de carreira ou não tenham encontrado um emprego, ou não tenham atingido a idade para iniciar uma actividade profissional específica. No cantão de Zurique, tal como no cantão de Valais, a primária consistem em seis anos de educação primária, tendo normalmente apenas um professor para todos as disciplinas, e mais três anos onde já têm no mínimo dois professores para disciplinas específicas. Depois de terminar a escolaridade elementar, os estudantes têm normalmente duas opções: a secundária ou escolas de maturamento, em que a segunda incide principalmente na educação específica para uma profissão.[111]
O secundário, similar com o sistema português, tem várias áreas de incidência: as Mathematisches und Naturwissenschaftliches Gymnasium para as matemáticas e as ciências naturais; as Neusprachliches Gymnasium para o ensino de línguas modernas como o inglês e o francês (ou alemão, dependendo do cantão em que se insere o aluno); as Wirtschaftsgymnasium para as áreas da economia; entre outras. O secundário dura entre quatro e meio a seis anos e meio formando competências básicas para o acesso a universidades através do Eidgenössische Matura - diploma federal.
Existem 12 universidades na Suíça, dez cantonais e duas federais, em que a primeira incide em áreas não-técnicas. As duas universidades técnicas federais são a Eidgenössische Technische Hochschule Zürich e a École Polytechnique Fédérale de Lausanne. No entanto, o estudante que não tenha seguido o secundário e tenham optado pelas escolas de maturamento, têm à disposição um vasto leque de escolas superiores técnicas cantonais como a Haute École Valaisanne.
A mentalidade dos suíços é sobretudo pro-europeia. Mesmo não estando integrada na União Europeia, os suíços (sobretudos os da zona francófona) têm ideias europeias (sobretudo ocidentais):liberdade, tolerância e pluralismo. Também é dito que os suíço são conservadores nos seus ideais e que defendem um outro ponto de vista do que a Europa. Porém, é defendido que o que muito caracteriza a Europa hoje em dia é herdado da Suíça, que foi um dos primeiros países a adoptar uma democracia como se conhece hoje em dia.
No dia-a-dia, os suíços preferem coisas pequenas e não são esbanjadores. Mas são sobretudo marcados pela pontualidade, a precisão e o perfeccionismo. É assim que funciona a máquina económica, política e social. Tudo é regulado e perfeito pois cada suíço sabe que o dinheiro pago em impostos é investido em infra-estruturas como caminhos-de-ferros, estradas, hospitais, escolas, etc. E também concordam a tecnologia com o respeito pelo ambiente criando a responsabilidade e o civismo, que é notado em todos os níveis: desde a segurança rodoviária até às escolas, passando pela maneira de ser, de comunicar, entre outros. Este civismo também é sentido nos mais diversos referendos que são criados incentivando os suíços a participar na vida política quer directa ou indirectamente, proporcionando um sistema único no mundo de democracia directa que, ao contrário dos restantes países europeus com parlamentos ou senados, faz da Suíça um dos países mais democratas do Mundo mostrando também respeito e solidariedade. A solidariedade também é importante para os suíços, embora controversa. A Cruz Vermelha e os direitos humanos tiveram muito influência do país. Cada suíço contribui para a solidariedade através dos impostos ou de pagamentos voluntários. A controvérsia neste tema foi no acolhimento barrado a refugiados durante várias guerras, sobretudo a judeus durante a Segunda Guerra Mundial culpando a Suíça por alguma parte da tragédia durante este tempo da história da Humanidade. A cultura suíça também está bem dividida nas quatro regiões linguísticas. Apesar da importância do multilinguismo, é necessário entender que os habitantes respeitam claramente as diferenças culturais cujas raízes encontram-se na língua falada em cada região. Apesar das várias línguas, culturas, pontos de vista, cantões com autonomia, a Suíça é como um relógio perfeito em que cada mecanismo está interligado sem interferir um no outro.
Nas várias artes que compõe a cultura, desde o cinema à literatura passando pela música e pela arquitectura, a Suíça apresenta uma boa diversidade nestas áreas.
Na música, dá-se grande ênfase à música folclórica única no mundo. Na história da música não há grandes compositores destacados mas acredita-se que tenha dado boas contribuições. Actualmente as rádios nacionais são obrigadas por lei a emitir programas culturais sobre a Suíça. DJ Bobo é um cantor suíço conhecido na Europa e que teve destaque na Eurovisão.
No campo da literatura existe uma diversidade e autores e livros dada ao multilinguismo presente no território. Alguns autores conhecidos são Jean-Jacques Rousseau, Blaise Cendrars, Hermann Hesse … Alguns deles são confundidos com outra nacionalidade pois publicam muitos livros nas capitais dos países vizinhos.
Alguns actores suíços são também conhecidos no mundo inteiro, sobretudo a intérprete da primeira bond-girl em Dr. No, Ursula Andress.