Geleiras
Geleira ou glaciar é uma grande e espessa massa de gelo formada em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada, de várias épocas, em regiões onde a acumulação de neve é superior ao degelo. É dotada de movimento e se desloca lentamente, em razão da gravidade, relevo abaixo, provocando erosão e sedimentação glacial.
As geleiras ou glaciares podem apresentar extensão de vários quilômetros e espessura que pode também alcançar a faixa dos quilômetros. A neve que restou de uma estação glacial dá-se o nome de nevado (usa-se também o termo alemão Firn e o francês nevé). O nevado é uma etapa intermediária da passagem da neve para o gelo. À medida que se acumulam as camadas anuais sucessivas, o nevado profundo é compactado, recongelando-se os grânulos num corpo único.
O gelo das geleiras é o maior reservatório de água doce sobre a Terra, e perde em volume total de água apenas para os oceanos. As geleiras cobrem uma vasta área das zonas polares mas ficam restritas às montanhas mais altas nos trópicos. Em outros locais do sistema solar, as grandes calotas polares de Marte rivalizam-se com as da Terra.
Dentre as características geológicas criadas pelas geleiras estão as morenas, ou moreias terminais ou frontais, mediais, de fundo e as laterais, que são cristas ou depósitos de fragmentos de rocha transportados pela geleira; os vales em forma de U e circos em suas cabeceiras, e a franja da geleira, que é a área onde a geleira recentemente derreteu.
Patagônia: geleira Perito Moreno.
Washington: geleira Lyman
Formação
As geleiras se formam em áreas onde se acumula mais neve no inverno que a que se derrete no verão. Quando as temperaturas se mantêm abaixo do ponto de congelamento, a neve caída muda sua estrutura já que a evaporação e a recondensação da água causa arecristalização para formar grânulos de gelo menores, espessos e de forma esférica. Este tipo de neve recristalizada é conhecido por nevado. À medida que a neve se acumula e se converte em nevado, as camadas mais profundas são submetidas às pressões cada vez mais intensas. Quando as camadas de gelo e neve têm espessuras que alcançam várias dezenas de metros, o peso é tal que a nevada começa a desenvolver cristais de gelo maiores.
Nas geleiras, onde a fusão se dá na zona de acúmulo de neve, a neve pode converter-se em gelo através da fusão e o regelo (no período de vários anos). Na Antártida, onde a fusãoé muito lenta ou não existe (inclusive no verão), a compactação que converte a neve em gelo pode demorar mil anos. A enorme pressão sobre os cristais de gelo faz que estes tenham uma deformação plástica, cujo comportamento faz com que as geleiras se movam lentamente sob a força da gravidade como se tratasse de um enorme fluxo de terra.
O tamanho das geleiras depende do clima da região em que se encontram. O equilíbrio entre a diferença do que se acumula na parte superior com respeito ao que se derrete na parte mais profunda recebe o nome de equilíbrio glacial. Nas geleiras de montanha, o gelo vai-se compactando nos circos glaciários, que nada mais são do que depressões em forma de nicho, de bordas escarpadas, nas altas montanhas. No caso das geleiras continentais, o acúmulo acontece também na parte superior da geleira, mas é uma consequência mais da formação da escarcha branca, isto é, da passagem direta do vapor d'água do ar ao estado sólido pelas baixas temperaturas das geleiras, que pelas precipitações de neve. O gelo acumulado comprime-se e exerce uma pressão considerável sobre o gelo mais profundo. Por sua vez, o peso da geleira exerce uma pressão centrífuga que provoca o empuxo do gelo até a borda exterior da mesma onde se derrete; a esta parte é dado o nome deárea de ablação.
Nas geleiras de vale, a linha que separa estas duas áreas (a de acumulação e a de ablação) chama-se linha de neve ou linha de equilíbrio. A elevação destas linhas varia de acordo com as temperaturas e a quantidade de neve precipitada e é muito maior nas vertentes ou ladeiras que nas regiões de menor incidência solar. O avanço ou retrocesso de uma geleira está determinado pelo aumento da acumulação ou da ablação respectivamente. Os motivos deste avanço ou retrocesso das geleiras podem ser, obviamente, naturais ou humanas, sendo estes últimos os mais evidentes desde 1850, pelo desenvolvimento da industrialização já que o efeito mais observado da mesma é a enorme produção de anidrido carbônico ou dióxido de carbono(CO²) o qual absorve grandes quantidades de água (diretamente das geleiras próximas) para formar o ácido carbônico, com o que as geleiras de vale vão retrocedendo.
É o caso das geleiras alpinas europeias, em cujas proximidades localizam-se grandes indústrias que consomem grandes quantidades de combustíveis que geram esse dióxido de carbono. E as geleiras da Groenlândia e da Antártida resultam muito mais difíceis de medir, já que os avanços e retrocessos da frente podem estar compensados por um maior ou menor acumulação de gelo na parte superior, representando uma espécie de ciclos de avanços e retrocessos que se retroalimentam mutuamente dando origem a uma compensação dinâmica nas dimensões da geleira. Em outras palavras: uma diminuição da altura da geleira da Antártida, por exemplo, poderia gerar um maior empuxo para fora, e ao mesmo tempo, uma maior margem para que se acumule de novo uma quantidade de gelo similar a que existia anteriormente: recordemos que esta altura (uns três quilômetros) está determinada pelo equilíbrio glaciário, que tem uma espécie de teto determinado sobre o qual não se pode acumular mais gelo pela escassa quantidade de vapor d'água que tem o ar a mais de 3.000 metros.
A morfogênese glaciária se dá pelo processo de modificação do relevo através do depósito ou vazão do gelo de determinado local, podendo inclusive alterar a estrutura e formato da rocha ou montanha.
Densidades
- Neve fresca, assentada (entre 50 e 100 kg/ m3)
- Neve fresca, bem assentada (entre 100 e 200 kg/ m3)
- Neve velha (entre 200 e 400 kg/ m3)
- Firn (entre 400 e 800 kg/ m3)
- Gelo puro (916,7 kg/ m3, 0 °C)
- Água pura (999,97 kg/ m3, 4 °C)
- Água do mar (1'028,07 kg/ m3, 35 g Sal/ kg, 4 °C)4
Classificação
As geleiras/glaciares classificam-se de acordo com seu tamanho e a relação que mantêm com a geografia. São geralmente aceites 6 tipos de glaciares.
Glaciares alpinos ou confinados
Chamam-se glaciares alpinos ou confinados os glaciares cuja morfologia depende do relevo e se encontram geralmente em montanhas ocupando o fundo dos talvegues.
Glaciar de vale
Os glaciares de vale são a representação clássica daquilo que fazemos de um glaciar: uma bacia de alimentação em forma de círculo aos pés de um pico montanhoso.
Exemplos de glaciares de vale:
Glaciar suspenso
O glaciar suspenso é geralmente pequeno e encontra-se só junto à parede de uma montanha, razão do termo suspenso.
Exemplos de glaciares suspensos:
- Glacier des Grands Couloirs na Grande Casse em França
- Glacier de la Momie em Pelvoux na França
Glaciar regenerado
Trata-se de um glaciar cujo cumulação de neve depende fundamentalmente da queda dosséracs de um glaciar suspenso.
Glaciar de círculo
Trata-se de um glaciar que ocupa um circo, no sentido em que está rodeado por montanhas, pelo que não pode escapar dele ou então muito pouco.
Exemplos de glaciar em círculo:
- Glacier d'Arsine na França
- Glacier de Talèfre na Aiguille Verte
Glaciar de piemonte
É uma variedade do glaciares de vale que atinge a planície aos pés da cadeia montanhosa, possuindo assim, e bem definida, uma zona de acumulação e uma zona de transporte.
Exemplos de glaciares de piemonte:
- Glacier Malaspina no Alasca
Glaciar costeiro
Um glaciar costeiro (glaciar de mar ou língua glaciar) é assim chamados porque a língua do glaciar atinge o mar ou o oceano, pelo que hoje em dia só se encontram em latitudeselevadas.
Exemplos de glaciares costeiros:
- a língua glaciar Drygalsk no Antártico
- Glacier Taku no Alasca
Glaciares continental ou não ou confinados
Entes glaciares são de tal maneira extensos e espessos que o relevo tem pouca incidência sobre a sua morfologia. Apresentam-se na forma de um imenso pacote de gelo que acaba por formar um planalto muito pouco inclinado e de onde surgem de vês em quando umnunatak, nome pelo qual é conhecido um cume rochoso na Islândia, e que formam as chamadas correntes glaciares.
Calota glaciar
Uma calota glaciar ou calota de gelo é uma massa de gelo que cobre uma área menor que 50 000 km².
Exemplos de calota glaciar ou calota de gelo:
- Vatnajökull na Islândia
- Austfonna na Noruega
- Campo de gelo do norte da Patagónia
- Campo de gelo do sul da Patagónia
Inlandsis
Um manto de gelo ou inlandsis é uma massa de gelo glaciar que cobre mais de 50 000 km² de terreno.
Só existem dois Inlandsis no mundo:
- o da Gronelândia
- o do Antárctico
Glaciar de Aletsch
Glaciar Byrd
A geleira Byrd é uma geleira/glaciar da Antártica, com cerca de 136 km de comprimento e 24 km de largura, ocupando uma grande área do planalto polar e seguindo em direção leste entre a Britannia Range e as montanhas Churchillaté descarregar na plataforma de gelo de Ross em Barne Inlet.
Recebe esse nome em homenagem ao almirante estado-unidense Richard Evelyn Byrd, da Marinha dos Estados Unidos da América, explorador da Antártida.
Glaciar de Argentière
O glaciar do Argentière (em francês: Glacier d'Argentière) é um glaciar domaciço do Monte Branco, que se encontra na região de Ródano-Alpes, do departamento de Alta Saboia, França.
O glaciar nasce a 3000 m no circo glaciar alimentado pela neve acumulada nos altos cumes que fazem a fronteira Itália-Suíça, e que são o monte Dolent, com 3800 m, e a Aiguille de Triolet, com 3730 m.
O refúgio de Argentière encontra-se a meio desse círculo, a mais de 2700 m que é o ponto de partida para os três cumes com mais de 4000 m que se encontram mais a jusante, Les Droites, a Grande Rocheuse, e a Aiguille Verte, a partir dos quais os seracs alimentam regularmente o glaciar em avalanches.
Eyjafjallajökull
Eyjafjallajökull é um dos glaciares ou geleiras de menores dimensões da Islândia. Situa-se a norte de Skógar e a oeste do glaciar de maiores dimensões conhecido como Mýrdalsjökull.
A bacia do glaciar cobre um vulcão (1666 m de altura) cuja actividade eruptiva começou a ser mais frequente a partir da última idade do gelo. A penúltima erupção ocorreu em 1821-23, provocando um jökulhlaup (literalmente, "corrida glaciar") fatal. Acratera do vulcão tem um diâmetro de 3 a 4 km. O glaciar estende-se por cerca de 107 km².
O limite sul da montanha fez, no passado, parte da costa atlântica. Com a regressão marítima, formaram-se penhascos inclinados que originam hoje em dia um conjunto impressionante de quedas de água, sendo a mais conhecida a de Skógafoss. Se houver vento forte, a água das cascatas menores é levada pela montanha acima pelo ar.
O nome Eyjafjallajökull é uma justaposição dos substantivos islandeses eyja, fjalla e jökull, respectivamente "ilha", "Vulcão" (ambos no genitivo plural) e "geleira". O termo pode ser traduzido, literalmente, como "ilha com geleira e vulcão" — o Eyjafjallajökull se encontra nas proximidades das Ilhas Faroe.Grã - Bretanha É um vulcão do tipo explosivo
Vatnajökull
Vatnajökull (pronunciado vat'najö'küdll) é a maior massa de gelo da Islândia. Está situado na área sudeste da ilha, cobrindo mais de 8% do país. Com os seus 8.100 km², é a segunda maior calota de gelo da Europa em termos de área e a maior em termos de volume. A espessura do gelo pode atingir os 1000 metros.
A maior montanha da Islândia, Hvannadalshnjúkur (2111 m), encontra-se na periferia sul de Vatnajökull, perto do Parque Nacional Skaftafell.
Por baixo do glaciar - assim como por baixo de muitos dos glaciares da Islândia - existem vulcões. Os lagos vulcânicos, como o Grímsvötn, foram a causa de um grande jökulhlaup (inundação devido a derretimento da camada gelada sobre um vulcão em erupção), em 1996. O vulcão debaixo destes lagos também causou uma curta mas considerável erupção no início de Novembro de 2004.
O Vatnajökull tem vindo a diminuir de tamanho há já alguns anos, possivelmente devido a alterações climáticas e actividade vulcânica recente.
Glaciar do Trient
O glaciar do Trient (em francês: Glacier du Trient) é um glaciar do maciço do Monte Branco, que se encontra no cantão do Valais, na Suíça.
O glaciar, que tem o nome de uma localidade no fundo do vale, encontra-se próximo da fronteira com a França, a sul de Martigny, tem 5 km de comprimento e uma área de 6 km2. Nasce a 3 000 m no circo glaciar alimentado pela neve acumulada nos altos cumes a oeste com a Agulha do Tour, a 3 540 m, a sul pelas Agulhas Douradas, a 3 519 m, e a leste pela Ponta de Omy.
Na parte baixa do planalto do Trient a glaciar mede 600m de largura e enfia-se num vale estreito e muito inclinado, cerca de 50% antes que a língua terminal que se encontra a 1 800 m dê origem à ribeira Trient.
Glaciar do Unteraar
O glaciar do Unteraar (em alemão: Unteraargletscher) encontra-se nos Alpes berneses no cantão de Berna, na Suíça.
O maior dos dois glaciares na origem do rio Aar, sendo o outro é o glaciar do Oberaar, ele é formado pela reunião do glaciar de Finsteraar, junto doFinsteraarhorn, e do glaciar Lauteraar aos pés do Lauteraarhorn.
Partindo em direcção do Leste durante 6 km em direcção do passo de Grimselantes de terminar no lago Grimsel.
Alpes
Divisão tradicional
Alpes Ocidentais
Alpes Ocidentais (da Ligúria ao Vale de Aosta)
Alpes Lígures (Marguareis, 2651 m)
Alpes Marítimos (Argentera, 3297 m)
Alpes Cócios (Monviso, 3841 m)
Alpes Graios (Monte Branco, 4810 m)
Alpes da Provença (Trois-Évêchés, 2927 m)
Alpes do Delfinado (Barre des Écrins, 4103 m)
Pré-Alpes da Provença (Sainte-Baume, 1154 m)
Pré-Alpes do Delfinado (Grande Tête de l'Obiou, 2790 m)
Pré-Alpes da Saboia (Dents du Midi, 3257 m)
Alpes Centrais
Alpes Centrais (do Vale de Aosta ao Brennero)
O monte Rosa visto desde a localidade italiana de Gressoney-Saint-Jean
Alpes Peninos
Alpes Peninos (Monte Rosa, 4634 m e Cervino, 4476 m)
Pré-Alpes Bieleses (Maciço do Bo, 2500 m)
Alpes Lepontinos (Monte Leone, 3552 m)
Alpes Réticos (Piz Bernina, 4050 m)
Alpes do Vale Venosta
Grupo do Ortles
Montes Sarentinos
Anaunia
Grupo do Adamello
Dolomitas do Brenta (Cima Tosa, 3159 m)
Alpes Berneses (Finsteraarhorn, 4274 m)
Alpes de Glarona
Pré-Alpes Suíços
Pré-Alpes Bávaros
Pré-Alpes Lombardos
Pré-Alpes Oróbios
Giudicarie
Grupo do Baldo
Alpes Orientais
Alpes Orientais (do Brennero à Eslovênia)
Alpes Nóricos (Grossglockner, 3797 m)
os Altos Tauros
os Baixos Tauros
Pré-Alpes da Estíria
Alpes Julianos (Triglav, 2769 m)
Alpes Julianos Ocidentais (Jof di Montasio, 2753 m)
Alpes Julianos Orientais
Caravanche-Bacher/Pohorje (Grintavec, 2258 m)
Alpes Cárnicos (Monte Coglians, 2780 m)
Dolomitas
Alpes de Gardena e Fassa
Grupo da Marmolada (Marmolada, 3342 m)
Alpes Ampezzanos e Cadorinos
Alpes do Valsugana e de Primiero
Pré-Alpes Vênetos
Carso
Pré-Alpes de Salzburgo
Pré-Alpes Austríacos
Soiusa
Alpes Ocidentais
Alpes Ocidentais-Norte
Alpes Ocidentais-Sul
Alpes Orientais
Alpes Orientais-Norte
Alpes Orientais-Centro
Alpes Orientais-Sul
Cordilheira principal
Geologia
Turismo
Königssee, Bavária.
Monte Branco
Mont Blanc 3D
Monte Branco em imagem do satélite SPOT.
O Maciço do Monte Branco, vista aérea.
Monte Branco.
Monte Branco (Glaciar).
O cume.
Matterhorn/Cervino
O Matterhorn refletido no Riffelsee.
Faces leste e norte.
Faces este e norte vistas de Zermatt.
O Matterhorn e Zermatt.
Alpe d'Huez
A linha de chegada
Vista panorâmica da estrada, com suas 21 curvas
Zugspitze
Panorama do Zugspitze. A cruz à esquerda marca o ponto mais alto
Jungfrau
vertente norte
O Jungfrau e o vale de Lauterbrunnen.
Os Alpes, nome porque é conhecido o maciço Alpino, são um dos grandes sistemas de cordilheiras da Europa, estendendo-se da Áustria e Eslovênia, a leste, através do norte da Itália, Suíça (Alpes suíços), Liechtenstein e sul da Alemanha, até ao sudeste da França e Mónaco, a oeste. A palavra "Alpes" vem do latim Alpes, que por sua vez pode estar relacionado com os termos latinos albus ("branco") ou altus ("alto") ou, mais provavelmente, com alguma palavra celta ou lígure.
O ponto culminante dos Alpes é o monte Branco, com 4810,45 m de altitude, situado na fronteira franco-italiana ou muito perto dela, uma vez que a delimitação fronteiriça no maciço nunca foi consensual.
Existe uma organização especial para a proteção dos Alpes chamada Convenção Alpina.
Divisão tradicional
Esta divisão tradicional, de 1926, reconhece os Alpes Ocidentais, Alpes Centrais e Alpes Orientais, basea-se na divisão geológica, mas não é consensual como a SOIUSA, pois cada país classificava os Alpes à sua maneira, mas de uma forma geral eram divididos em:
Alpes Ocidentais
Alpes Ocidentais (da Ligúria ao Vale de Aosta)
Alpes Lígures (Marguareis, 2651 m)
Alpes Marítimos (Argentera, 3297 m)
Alpes Cócios (Monviso, 3841 m)
Alpes Graios (Monte Branco, 4810 m)
Alpes da Provença (Trois-Évêchés, 2927 m)
Alpes do Delfinado (Barre des Écrins, 4103 m)
Pré-Alpes da Provença (Sainte-Baume, 1154 m)
Pré-Alpes do Delfinado (Grande Tête de l'Obiou, 2790 m)
Pré-Alpes da Saboia (Dents du Midi, 3257 m)
Alpes Centrais
Alpes Centrais (do Vale de Aosta ao Brennero)
O monte Rosa visto desde a localidade italiana de Gressoney-Saint-Jean
Alpes Peninos
Alpes Peninos (Monte Rosa, 4634 m e Cervino, 4476 m)
Pré-Alpes Bieleses (Maciço do Bo, 2500 m)
Alpes Lepontinos (Monte Leone, 3552 m)
Alpes Réticos (Piz Bernina, 4050 m)
Alpes do Vale Venosta
Grupo do Ortles
Montes Sarentinos
Anaunia
Grupo do Adamello
Dolomitas do Brenta (Cima Tosa, 3159 m)
Alpes Berneses (Finsteraarhorn, 4274 m)
Alpes de Glarona
Pré-Alpes Suíços
Pré-Alpes Bávaros
Pré-Alpes Lombardos
Pré-Alpes Oróbios
Giudicarie
Grupo do Baldo
Alpes Orientais
Alpes Orientais (do Brennero à Eslovênia)
Alpes Nóricos (Grossglockner, 3797 m)
os Altos Tauros
os Baixos Tauros
Pré-Alpes da Estíria
Alpes Julianos (Triglav, 2769 m)
Alpes Julianos Ocidentais (Jof di Montasio, 2753 m)
Alpes Julianos Orientais
Caravanche-Bacher/Pohorje (Grintavec, 2258 m)
Alpes Cárnicos (Monte Coglians, 2780 m)
Dolomitas
Alpes de Gardena e Fassa
Grupo da Marmolada (Marmolada, 3342 m)
Alpes Ampezzanos e Cadorinos
Alpes do Valsugana e de Primiero
Pré-Alpes Vênetos
Carso
Pré-Alpes de Salzburgo
Pré-Alpes Austríacos
Soiusa
Os Alpes Ocidentais segundo a SOIUSA, com a divisão em Alpes Ocidentais-Norte (7-14) e Alpes Ocidentais-Sul (1-6)
A SOIUSA acrónimo para Subdivisão Orográfica Internacional Unificada do Sistema Alpino, apresentou em 2005 uma nova divisão dos Alpes que datava de 1926. Esta nova classificação, divide os Alpes em duas grandes partes:Alpes Ocidentais e Alpes Orientais, separados pela linha rio Reno - passo de Spluga - lago de Como - lago de Lecco.
Divisão SOIUSA.
A divisão proposta pela SOIUSA também divide os Alpes em ocidentais e orientais, mas é dentro destas duas partes que as classificações, descrições e agrupamentos diferem da #Divisão tradicional. A SOIUSA divide as suas duas partes dos Alpes, a Ocidentais e a Oriental, em 32 Secções alpinas:
Alpes Ocidentais
Alpes Ocidentais-Norte
Alpes Ocidentais-Sul
Alpes Orientais
Alpes Orientais-Norte
Alpes Orientais-Centro
Alpes Orientais-Sul
Cordilheira principal
A cordilheira principal dos Alpes segue a divisória de águas do mar Mediterrâneo até aos bosques de Viena (Wienerwald), e passa por muitos dos mais elevados e famosos picos daquele sistema de montanhas. Do Colle di Cadibona até o Col de Tende, corre na direção oeste, até desviar para o noroeste e, em seguida, perto do Colle della Maddalena, para norte. Ao atingir a fronteira suíça, a cordilheira principal segue aproximadamente na direção leste-nordeste até o seu final, próximo a Viena.
Passos principais
Os Alpes não formam uma barreira intransponível. Já foram atravessados com propósitos de guerra e de comércio e, mais tarde, por peregrinos, estudantes e turistas. Os passos de montanha, que servem como locais de travessia, são depressões nas montanhas e são acessíveis por vales que conectam planícies e zonas pré-montanhosas.
Geologia
Os Alpes foram levantados devido à pressão exercida sobre sedimentos da bacia do mar de Tétis, à medida que os seus estratos mesozóico e cenozóico foram empurrados de encontro à estável massa euro-asiática pela massa africana, que se movia na direção norte. Isto ocorreu durante as épocas oligocena e miocena. A pressão formou grandes dobras, chamadas "nappes", que subiram do que era o mar de Tétis e pressionaram na direção norte, com frequência partindo-se e deslizando umas sobre as outras. O monte Branco, o Matterhorn e os picos elevados dos Alpes Peninos e Hohe Tauern são formados por rochas cristalinas.
A paisagem vista hoje foi formada principalmente por glaciação ao longo dos últimos dois milhões de anos. Pelo menos cinco eras glaciais atuaram para alterar a região, ao formar os lagos e arredondar as colinas de calcário na franja setentrional. As geleiras(glaciares) têm recuado ao longo dos últimos 10 mil anos. Crê-se que, com o término da última era glacial, o clima foi alterado de maneira tão súbita que as geleiras recuaram para as montanhas num período de cerca de 200 a 300 anos.
Turismo
Königssee, Bavária.
Os Alpes são populares tanto no Verão como no Inverno, como um destino para passeios e esportes, como (esqui alpino, esqui nórdico, snowboard, tobogã, passeios de esqui) podem ser praticados na maior parte da região, de dezembro a abril. No verão, os Alpes são populares para a prática de caminhada, ciclismo de montanha, parapente e alpinismo, enquanto muitos lagos alpinos atraem nadadores, velejadores e surfistas. Os Alpes recebem muita repercussão quando ocorre a corrida de bicicletas que dura três semanas, o Tour de France, e que acontece anualmente em julho. As regiões mais baixas e as maiores cidades dos Alpes são bem servidas por auto-estradas e ruas largas, mas os passos de montanha podem ser traiçoeiros, mesmo no verão. Muitos passos são fechados no inverno. Uma grande quantidade de aeroportos ao redor dos Alpes (e alguns no interior), assim como as ligações ferroviárias de longa distância de todos os países vizinhos, dão a um grande número de viajantes fácil acesso à cordilheira. Os Alpes costumam receber mais de 50 milhões de visitantes por ano.
Monte Branco
O monte Branco (em francês: mont Blanc, em italiano: monte Bianco) é a mais alta montanha dos Alpes e da União Europeia, atingindo uma altitude de 4810 m, embora possa variar um pouco de ano para ano, em função das condições atmosféricas, e é o primeiro dos cumes dos Alpes com mais de 4000 m.
O monte Branco é a maior montanha do maciço do Monte Branco e faz parte da divisória de águas entre o mar Adriático e o mar Mediterrâneo.
Esta montanha tem alguns glaciares deslizando lentamente pelos seus flancos. O maior destes glaciares é conhecido por Mar de Gelo.
Hoje em dia, um teleférico faz o percurso do centro da localidade de Chamonix (1030 metros) ao cume da Aiguille du Midi (3842 metros) em vinte minutos. Em cada dia, cerca de cinco mil pessoas utilizam este meio para subir ao monte.
Existe a falsa ideia de que a escalada deste monte, apesar de longa, é fácil para quem estiver bem treinado e habituado às grandes altitudes. No entanto, em cada ano que passa, numerosos montanhistas vão engrossar a já extensa lista das vítimas do maciço do Monte Branco. Na realidade, trata-se de uma escalada longa e cheia de passagens perigosas que não deve ser tentada sem o acompanhamento de um guia de alta montanha.
O desnível da base de partida até ao topo é superior a 3900 metros, e os glaciares descem até aos 1200 metros. Há várias rotas para a subida, muitas das quais com desníveis suaves. Porém, a extensão da subida, e a própria grande altitude, além da instabilidade das condições meteorológicas, tornam a subida muito difícil, e já mais de 1000 pessoas morreram nesta montanha, sobretudo por desconhecerem os seus limites de resistência ou falta de preparação. Duas rotas ditas "normais" existem para subir, além de outras que envolvem maiores perigos. O topo tem espaço para cerca de 100 a 200 montanhistas em simultâneo.
Mont Blanc 3D
Monte Branco em imagem do satélite SPOT.
Da esquerda para a direita, os sucessivos picos da linha de horizonte do fundo são: a ponta Baretti (4013 m), o monte Brouillard (4069 m), o pico Luigi Amedeo (4460 m), o monte Branco de Courmayeur (4680 m) e o monte Branco (4810 m), do qual só se vê o topo.
Iniciado em 1957 e terminado em 1965, o Túnel do Monte Branco percorre cerca de 11 611 m pelo interior da montanha e é uma das maiores vias de comunicação entre França e Itália, proporcionando desde viagens de rotina até transportes de pesados. Depois de passar o acontecimento trágico de um incêndio em 1999 e depois de reabrir apenas em 2002, medidas foram aparentemente tomadas para que tal não se repita.
Em 4 de agosto de 1962, as duas equipas de perfuração do túnel do Monte Branco, a italiana e a francesa, juntaram as suas galerias debaixo da montanha após três anos de trabalho. O túnel passa sob a Aiguille du Midi, e foi aberto ao tráfego em 1965. Permite franquear a fronteira natural que representa o maciço do Monte Branco em 15 minutos, evitando assim as sinuosas estradas que passam pelos passos de montanha do Grande São Bernardo e Pequeno São Bernardo.
O monte Branco constitui um popular destino turístico, sendo Chamonix uma das mais famosas estâncias de desportos de inverno do mundo, com excecionais condições para a prática de montanhismo e esqui.
O maciço do Monte Branco está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em função do seu importante significado cultural, como local de nascimento e símbolo do alpinismo.
Todavia, o próprio sucesso do monte Branco como destino turístico, com muitos milhares de visitantes exercendo uma perigosa pressão sobre a natureza do local, coloca em perigo este estatuto de lugar excecional, único no mundo.
O Maciço do Monte Branco, vista aérea.
Monte Branco.
Monte Branco (Glaciar).
O cume.
Matterhorn/Cervino
O Matterhorn ou Cervino (em francês: Cervin em italiano: Cervino) é talvez a montanha mais conhecida dos Alpes, a par do Monte Branco. Localizado nafronteira da Suíça com a Itália, a sua graciosa silhueta domina a cidade suíça de Zermatt e a cidade italiana de Breuil-Cervinia, no Valtournenche.
Foi a última grande montanha dos Alpes a ser escalada, talvez devido aos receios que provocava em muitos montanhistas. A sua primeira ascensão marca o final da idade de ouro do alpinismo de meados do século XIX. Apesar de se destacar com um desnível alto e forma triangular bem definida, não possui um valor elevado de proeminência topográfica pois muitos montes mais altos são próximos e unidos por tergos de altitude elevada (casos do Monte Rosa, Dom, Liskamm eWeisshorn). O seu cume-pai é o Weisshorn.
A sua vertente norte é uma das "grandes vertentes norte dos Alpes".
A sua forma inspirou a cultura ocidental em numerosas ocasiões, desde o formato do chocolate Toblerone, ao batismo de outros montes de forma semelhante (como o Machapuchare, o Matterhorn do Nepal), à decoração de capas de álbuns dos grupos Depeche Mode e Goldfrapp.
Este acidente geográfico faz parte da divisória de águas entre o mar Adriático e omar Mediterrâneo, e com 4478 m faz parte dos cumes dos Alpes com mais de 4000 m.
O Matterhorn refletido no Riffelsee.
Faces leste e norte.
Faces este e norte vistas de Zermatt.
O Matterhorn e Zermatt.
Alpe d'Huez
A subida ao Alpe d'Huez é das mais conhecidas no ciclismo mundial. Normalmente feita durante a Volta à França, é sempre palco de grande espectáculo, nas suas 21 curvas em 13,8 km.
Além de palco para o ciclismo, o Alpe d'Huez é também uma famosa estância de esqui, que acolhe por vezes provas desportivas relacionadas com os desportos de inverno.
Um português já venceu no Alpe d'Huez: Joaquim Agostinho.
A linha de chegada
Vista panorâmica da estrada, com suas 21 curvas
Zugspitze
O Zugspitze (em língua alemã: Zug = "caminho","trilha", Spitze = "pico") ) é uma montanha situada nos Alpes Bávaros, no sul do distrito de Garmisch-Partenkirchen. É o ponto mais alto da Alemanha, com os seus 2962 metros de altitude. Situa-se sobre a fronteira com a Áustria, mas o cume é na Alemanha. O nome tem origem provável nas avalanches, que deixavam marcas bem características de pedras e seixos nas encostas.
Foi pela primeira vez escalado por uma equipa de topógrafos e agrimensores no verão de 1820.
É possível escalá-lo usando trilhas de montanhismo. Da base até ao cume, o tempo de subida é, em média, de dois dias. Comida e alojamento de refúgio encontram-se disponíveis em alguns dos traçados das trilhas.
A altitude precisa do topo do Zugspitze foi matéria controversa durante algum tempo. Os valores estimados situavam-se entre os 2960 m e os 2970 m, mas o valor de altitude usado hoje em dia é consensual pois resulta de um levantamento elaborado pelo Bayerisches Landesvermessungsamt (agência de medidas do estado da Baviera). Por isso o salão do café que se encontra na base a partir da qual é feito o acesso ao monte se chama "2962".
A temperatura mais baixa registada no Zugspitze foi de -35,6°C em 14 de fevereiro de 1940. A mais alta foi em 5 de julho de 1957 quando os termómetros marcaram 17,9°C. Uma rajada em 12 de junho de 1985 registou 335 km/h, a mais alta no Zugspitze. Em abril de 1944 houve queda de neve com altura de 8,3 metros.1
O Zugspitze fica numa região com ampla oferta de desportos de inverno e dispõe de um pequeno glaciar, o Schneeferner, que se tem vindo a retrair nas últimas décadas. Local muito turístico, o cume é facilmente acessível por caminho-de-ferro seguido de teleférico, tanto do lado alemão como do lado austríaco. Do cume vê-se quatro países: ao longe vê-se Munique, Alemanha; o Grossvenediger na Áustria; o Piz Bernina na Suíça, e os Dolomitas na Itália.
Panorama do Zugspitze. A cruz à esquerda marca o ponto mais alto
Jungfrau
vertente norte
Jungfrau (em alemão significa "donzela") , com altitude de 4158 m, é uma montanha dos Alpes Berneses, a Sul do cantão de Berna na zona do Oberland bernês, dominando o vale de Grindelwald, na Suíça. Faz parte dos cumes dos Alpes com mais de 4000 m.
Do mesmo maciço montanhoso fazem parte outros picos famosos como o Eiger - com a sua famosa vertente norte - e o Mönch com altitude de 4099 metros. A sul do Jungfrau fica o Grande Glaciar Aletsch, que com comprimento de quase 24 km e área de 118 km² é o maior e mais longo dos Alpes e da Europa.
Foi escalado até ao topo pela primeira vez em 1811 pelos irmãos Meyer, Johann Rudolf e Hieronymus da cidade de Aarau, em conjunto com os caçadores Alois Volker e Joseph Bortis. Hoje a subida é facilitada pela existência de um caminho-de-ferro de cremalheira, o Jungfraubahn que circula pelo interior da montanha até à estação de Jungfraujoch a 3454 metros, a mais alta da Europa. Pode ainda subir-se por ascensor mais 117 metros até ao centro de investigação e terraço panorâmico de Sphinx, o edifício construído a maior altitude do continente europeu (a uma altitude de 3571 metros), que é visitado por milhares de turistas que gozam vistas panorâmicas soberbas durante todo o ano.
O Jungfrau faz parte do sítio classificado como Património da Humanidade pelaUnesco "Jungfrau-Aletsch-Bietschhorn", declarado em 13 de dezembro de 2001.
O Jungfrau é a terceira mais alta montanha dos Alpes Berneses após o Finsteraarhorn e o Aletschhorn, respetivamente a 12 e 8 km de distância.1 Visto o conjunto do lago Thun, ou de grande parte do Cantão de Berna, é a mais visível e mais próxima das montanhas do Oberland bernês. As vertentes setentrionais, extremamente inclinadas, dão-lhe uma mítica reputação de inacessibilidade.
O Jungfrau e o vale de Lauterbrunnen.
Fiordes
Fiorde é uma grande entrada do mar entre altas montanhas rochosas. Os fiordes situam-se principalmente na costa oeste da península escandinavaonde são um dos elementos geológicos mais emblemáticos da paisagem, e têm origem na erosão das montanhas devido ao gelo.
Formação
Os fiordes formaram-se, originalmente, devido a ação de imensas placas de gelo chamadas geleiras, ou glaciares, que se movimentam rumo ao mar como se fossem grandes rios congelados. Os fiordes modernos só existem em regiões costeiras montanhosas onde o clima é, ou foi, frio o suficiente para permitir a formação de geleiras abaixo do nível atual do mar. Algumas geleiras, como as da Suíça, são elevadas e estão no interior do país, desta forma, não conseguem encontrar saída para o mar; por isso não formam fiordes.
A sua origem remonta a aproximadamente 12 mil anos, quando o mar ocupou os espaços que os glaciares haviam escavado na costa atlântica durante a última Era Glacial. Essas enormes entradas de relevo podem chegar a centenas de quilômetros, da costa para o interior. São circundadas por falésias separadas entre si por poucos quilômetros.
Fiordes podem ser facilmente encontrados ao longo das costas principalmente de países como:
- Noruega
- Suécia
- Dinamarca
- Islândia
- Groenlândia
- na costa oeste da Escócia (onde são chamados por "sea lochs")
- no sudoeste da Nova Zelândia
- na costa oeste da Terra Nova
- Colúmbia Britânica, Canadá
- na costa sul e oeste do Alasca
- no sul do Chile
- na costa do mar Báltico na Alemanha
- em Montenegro (Bocas de Cattaro)
No Brasil há uma única ocorrência de "fiorde tropical", o Saco do Mamanguá, localizado em Paraty no Rio de Janeiro. Existe controvérsia sobre o Saco do Mamanguá ser um fiorde. Por não ser datado da Era Glacial e ter águas rasas, é bem provável que se trate de uma ria.
Saco Mamanguá